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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um caso de milenarismo negro “protestante” no Brasil Império (Último texto do Bispo Robinson Cavalcanti)


O reverendo Robinson Cavalcanti e sua esposa Mirian Nunes Machado Cotias Cavalcanti, foram assassinados a facadas no último Domingo, 26/02. Segundo informações colhidas pela polícia, o principal suspeito é o filho adotivo do casal, que era dependente de drogas e estava na cidade de Olinda há aproximadamente quinze dias.

Conhecido nacionalmente, Edward Robinson de Barros Cavalcanti, 68, era um dos mais proeminentes líderes da Igreja Anglicana no Brasil. O filho adotivo, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29, morava na Flórida, nos Estados Unidos, onde teve passagens na cadeia por posse de drogas.

Em seu último texto publicado horas antes de sua morte no site Pavablog, onde Robinson Cavalcanti tinha um espaço semanal, o reverendo falou sobre fatos históricos ligados ao estabelecimento do protestantismo no Brasil. 

Por Robinson Cavalcanti

O período do Primeiro Reinado, Regência e início do Segundo Reinado (“maioridade”) foi bastante conturbado por episódios de revoltas regionais e étnicas ou de caráter liberal e republicano, em destaque, no Nordeste, a Insurreição Pernambucana (1817), a Confederação do Equador (1824) e a Revolução Praieira (1848).

Desde a Colônia que tivemos episódios milenaristas/quiliáticos no catolicismo popular, cuja raiz está no próprio sebastianismo português (o “retorno das águas” de Dom Sebastião, morto na batalha de Alcácer-Quibir), com pretensos messias e instauração de reinos celestiais na terra. Fenômeno que continuou na República com o Canudos de Antônio Conselheiro, e teve até um episódio protestante entre luteranos do sul, com os Muckers de Jacobina Maurer.

Naquele tempo os negros, em sua religiosidade, oscilavam entre a assimilação católica de Irmandades, como a de Nossa Senhora dos Pretos ou São Benedito, e a preservação dos cultos animistas de fundo africano. O protestantismo de imigração ou as capelanias britânicas não ameaçavam o sistema, conquanto o próprio Regente Padre Feijó advogasse para o Brasil um catolicismo reformado nacional, semelhante ao Anglicanismo. É nesse contexto que o Recife conheceu um movimento único, que foi o liderado pelo negro livre Antônio José Pereira, a partir de 1841.

Ele fora alfabetizado pela senhora de sua mãe, uma escrava doméstica, servira na Milícia (força policial auxiliar), inclusive em outras Províncias do Império, alcançando a patente de oficial. Sua Bíblia pode ter sido uma edição católica ou uma edição protestante deixada pelos escassos colportores das Sociedades Bíblicas estrangeiras que passaram brevemente por Pernambuco naquela época.

Vale lembrar que um pastor norte-americano havia distribuído 50 Bíblias em 1823 e um colportor havia deixado um caixote de Bíblias em 1833. Em 1822, com um batismo realizado pelo Rev. John Penny, foi criada a capelania anglicana do Recife, que inauguraria o seu templo da Rua da Aurora em 1839. Antônio, ao estudá-la, havia sublinhado todas as passagens que falavam da intervenção libertadora de Deus em favor dos oprimidos, e as relacionava com a situação da raça negra, que considerava, no contexto do Brasil, moralmente superior a dos brancos, maculada pela prática da escravidão.

Pregou a dignidade da raça negra, o livre exame da Bíblia por todos os fiéis, inclusive pelas mulheres, que alfabetizou, e que constituíam a maioria dos seus cerca de 300 seguidores (mais um número, não preciso, de simpatizantes).

Antônio, que era tratado por sua comunidade como “Divino Mestre” se considerava um cristão ortodoxo em relação às doutrinas credais, mais denunciava a Igreja Romana, como desviada e o padroado (status de religião oficial tendo o Imperador como Grão-Chanceler da Ordem de Cristo), e atacava a veneração das imagens, centrando a fé em Jesus Cristo.

O historiador Marcus Carvalho (CFCH-UFPE), um dos poucos a pesquisar o tema, o considerava um “pastor negro”, e via, em seu movimento, as marcas do Protestantismo. A dimensão milenarista ficava por conta da crença que a esposa do “Divino Metre” se mantinha grávida por quatro anos, e que o fruto desse ventre teria uma identidade sagrada, e, quando do seu nascimento, instauraria um reino messiânico.

O sistema imperial, tenso com as revoltas regionais, novos quilombos (como o de Catucá), movimentos milenaristas, a celebração a Independência do Haiti, e a memória da “Revolta dos Malês” (negros muçulmanos), na Bahia, hierárquica, patriarcal e escravista, temia e reprimia qualquer movimento autônomo na sociedade civil, especialmente vindo dos negros, e negros que sabiam ler, e de mulheres, que, fossem negras ou brancas não tinham status de cidadania.

Tudo isso se constituía em uma potencial ameaça para a ordem estabelecida. O que não tardou na prisão, em 1846, de Antônio José Pereira, e seis dos seus seguidores. Dada a importância que atribuíam ao potencial de revolta ou abolicionista da seita, os detidos não foram ouvidos pelo juiz de paz, ou pelo juiz de direito, mas, diretamente pela segunda instância formada pelos Desembargadores do Tribunal de Relação da Província de Pernambuco.

O advogado do “Divino Mestre”, o liberal radical e emancipacionista Borges da Fonseca, editor de um temido jornal local, que defendeu a sua libertação baseado em que sendo um movimento pacífico, que, ao pregar o que consideravam ser “o verdadeiro cristianismo”, ou “a lei de Jesus”, poderia ser apenas acusado de “cismático”, mas que cisma não era crime pelas leis do império, haja vista a presença dos imigrantes e das capelanias inglesas.

Os líderes da seita “protestante negra” foram mantidos presos por cerca de um ano, voltando, depois, a se reunir e a pregar em praça pública, onde a população pobre, inclusive negra (católica ou do candomblé), instigada pelas autoridades, os atacava verbal e fisicamente. Em 1851 correu na cidade a notícia de que um dos seguidores havia morrido e ressuscitado, causando uma polvorosa, e levando as autoridades a decretar a exibição pública de todos os cadáveres antes dos enterros…

Com a consolidação do Segundo Reinado, o sistema se consolidou e se sentiu menos ameaçado, amenizando a repressão, enquanto ia crescendo o movimento abolicionista. Escasseiam os registros sobre a seita, sobre a morte de Antônio José, o que aconteceu com a “gravidez de quatro anos”, e porque ela veio a se dissolver e desaparecer.

Como o pensamento “anglicano” do Padre Feijó, e o posterior nacionalismo republicano e abolicionista dos irmãos maranhenses Vieira Ferreira, que criam a primeira denominação pentecostal (antes que houvesse pentecostalismo no mundo) entre nós, a Igreja Evangélica Brasileira, a seita negra pernambucana constitui parte desse proto-protestantismo (no caso popular) brasileiro, amplamente desconhecido, e que tem muitas similitudes com o cristianismo nativista africano atual, com seus milhões de seguidores, também amplamente desconhecido no Ocidente, com exceção do Kimbanguismo que se filiou ao Conselho Mundial de Igrejas.

Uma grande lição: deixar pobres e negros lendo a Bíblia por conta própria e sublinhando textos libertadores… é sempre um perigo…

Fonte:www.pavablog.com, via Refúgio Teológico

Osama Bin Laden usava Bíblia para organizar ataques terroristas

A mansão em Abbottabad, no Paquistão, onde Bin Laden foi morto, está sendo destruído pelo governo. Durante a “limpeza” foram encontrados pelas equipes de demolição vários exemplares da Bíblia.
 
Segundo foi divulgado pelo governo, elas continham pistas codificadas para futuros ataques terroristas. Fontes revelaram que várias páginas de edições do Livro Sagrado em inglês estavam dobradas e textos específicos foram marcados.

Os membros do serviço de segurança do Paquistão (ISI) estavam examinando os volumes em uma tentativa de descobrir mais.

Osama Bin Laden, 58, era obcecado com a matança de seus inimigos cristãos numa “cruzada terrorista”. Curiosamente, o serviço de inteligência paquistanês suspeita que um padrão de código sobre ataques passados ​​e futuros da Al-Qaeda pode estar escondido dentro de páginas das Bíblias. Outra teoria é que o chefe terrorista buscava nos textos cristãos justificativas para suas ações.

Um dos comandantes da ISI que supervisionava a demolição do composto de Bin Laden disse ao jornal The Sun: “Nós já tinhamos limpado o composto antes da demolição, mas encontramos agora dois exemplares da Bíblia e dois aparelhos de rádio escondidos. Os rádios estão em condições de uso e serão entregues junto com as Bíblias para os investigadores. Algumas páginas foram dobradas e veremos depois o que era de maior interesse para Bin Laden. Talvez ele estivesse procurando ensinamentos sobre a jihad (guerra santa)”.

As Bíblias e rádios estavam em um esconderijo secreto dentro de uma parede. Agentes da CIA pediram para ter acesso aos livros, mas isso foi negado pelas autoridades paquistanesas depois do estremecimento nas relações entre os países no caso Bin Laden.

O ministro do Interior do Paquistão, Rehman Malik, afirmou: “Os pertences de Osama Bin Laden não serão entregues a qualquer pessoa, vamos guardá-los ou talvez queimá-los mais tarde… Se há uma Bíblia ali, será enviada a uma biblioteca ou uma igreja”.

Malik também explicou que atualmente há uma batalha pelo futuro do local. Enquanto alguns radicais desejam transformar o local em um santuário, as autoridades locais preferem edificar  um hospital enquanto os religiosos querem uma mesquita ou uma escola que ensine o Alcorão.

Traduzido e adaptado de The Sun, via GospelPrime

Senador Marcelo Crivella assume Ministério da Pesca

 O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) assumiu nesta quarta-feira (29) o Ministério da Pesca e Aquicultura, substituindo o ministro Luiz Sérgio de Oliveira (PT-RJ). A mudança foi anunciada hoje pelo porta-voz da Presidência, Thomas Traumann, que alegou que o senador evangélico prestará serviços relevantes ao país.
 
Crivella faz parte do PRB, o partido do ex-vice-presidente José Alencar, morto em março de 2011. O partido era o único da base aliada que não tinha representantes no ministério de Dilma Rousseff. Tanto que a nota emitida pelo Palácio do Planalto diz que esta “mudança permite a incorporação ao Ministério de um importante partido aliado da base de governo”.

A pasta de Pesca e Aquicultura teve outros dois ministros desde que Dilma assumiu o país, em janeiro de 2011. Antes de Crivella e Luiz Sérgio quem comandava o ministério era Ideli Salvatti (PT-SC) que hoje está no Ministério de Relações Institucionais.

A cadeira de Marcelo Crivella no Senado será ocupada por seu suplente, o ex-deputado federal Eduardo Lopes (PRB-RJ). Crivella foi eleito a senador em 2002, depois tentou concorrer como candidato a prefeito do Rio de Janeiro, sendo derrotado por Cesar Maia até que em 2010 foi reeleito como senador pelo Rio.

Ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, ministério que chegou a atuar como pastor, Crivella já gravou CDs evangélicos e também escreveu livros sobre temas religiosos. Deixou o PL na época do escândalo do mensalão e junto com outros parlamentares evangélicos formaram o PRB.

Como senador ele participou em diversos projetos importantes, no ano passado tentou ser o elo entre a bancada evangélica e a senadora Marta Suplicy que tentava aprovar a PLC 122/2006, propondo um novo texto que também não foi aprovado pelos parlamentares.

Com informações G1, via GospelPrime

Diários de um pastor: Sobre escravidão, servos e Senhores

Recentemente, tive a oportunidade de completar a leitura de um belo livro sobre a sociedade da Ásia Menor nos tempos das cartas paulinas. Este texto me abriu os olhos para muitas questões levantadas pelo texto bíblico e que nós não conseguimos captar com nossos olhos modernos. A leitura de textos deste tipo sempre é salutar, pois muitas possibilidades sobre o texto bíblico se revelam.

Ao realizar a leitura, o autor descortinou a situação dos escravos durante esta fase da história e esclareceu que esta classe social vivia de forma diferente do que imaginamos. Uma das questões que saltou aos meus olhos era o fato de que muitas pessoas se vendiam para pessoas ricas, tornando-se, assim, escravas. Mas por que elas fariam isso?

Segundo o autor, os escravos da época eram relativamente bem tratados, sendo vistos por seus senhores como bens de produção, e não bichos, como no escravagismo americano e brasileiro. Como bens de produção, deveriam ser desenvolvidos, por isso recebiam alimentação, roupas e uma pequena remuneração. Alguns eram educados, recebendo instrução para servirem como médicos ou pedagogos nas casas. Ou seja, pessoas entregavam-se em servidão para uma pessoa, em troca de segurança, sustento e capacitação. Não era algo universal, mas era a forma como a maioria dos escravos era tratada na era de Paulo.

Por outro lado, o livro também comentou sobre o conceito de redenção, pois esta era uma das formas de um escravo se tornar livre. Nesta situação, um escravo poderia comprar a sua liberdade, pagando ao seu senhor uma soma monetária para poder voltar ao estado de homem livre. Muitos eram os escravos que economizavam ao longo de sua vida para alcançar as condições necessárias para adquirir sua liberdade. Para os senhores, era vantajoso aceitar tal processo, pois geralmente o escravo precisava pagar o que havia custado, quando comprado, e o senhor podia trocar, desta forma, um escravo mais velho por outro mais novo, renovando sua mão-de-obra.

O fato é que, ao ler este livro, pude compreender melhor a questão da redenção que adquirimos em Cristo Jesus e a aparente incongruência da liberdade que adquirimos ao nos libertarmos do pecado, com o senhorio de Cristo, seguindo, desta forma, os seus mandamentos:

1. O conceito de redenção é mais simples de entender: O homem era escravo do pecado, da morte, porém foi redimido mediante o pagamento de sua libertação. Este pagamento foi feito pelo derramamento do sangue de Jesus Cristo na cruz do calvário, oferta perfeita, por ser o filho perfeito de Deus. Com esta redenção, tornamo-nos livres para viver desprendidos dos prazeres pecaminosos que o mundo nos oferece e que nos afasta de Deus.

2. Já o conceito do senhorio de Cristo torna-se menos complicado com a explanação do autor do livro que li: Sendo livres, podemos viver segundo nossas mentes, livres da influência dos prazeres do mundo, porém a vida torna-se bastante penosa. Ao nos colocarmos debaixo do senhorio de Cristo, entregando nossa vontade e nossos rumos em suas mãos, confiamos que Ele é bom para nos orientar, sustentar e capacitar para vivermos uma vida abundante e feliz. Aos olhos humanos, pode parecer uma falta de liberdade. Porém, aos olhos espirituais, a mudança de vida revela a liberdade que temos, de agir não mediante os desejos de nossa carne, mas sim mediante a orientação de um Pai que nos ama a ponto de permitir que ajamos contra os seus desígnios.

É claro que abordei, aqui, apenas um aspecto do complexo dogma da salvação. Contudo, uma pessoa que não é evangélica, ramo do cristianismo que mais chama atenção pelos seus costumes conservadores, sempre questiona a vivência do fiel pelo prisma da liberdade de fazer o que bem entende. Entender a cultura da época bíblica nos ajuda a compreender mais a fundo o que o autor pretendia ao utilizar os termos que utilizou, traduzindo melhor a mensagem bíblica para os dias atuais. Paulo escreveu para uma sociedade concreta, com elementos de discurso que faziam sentido ao povo de sua época.

Ser servo de Cristo significa compreender que a vida é cheia de situações complexas e que Cristo é um senhor bondoso, que deseja o nosso melhor e, por isso, nos guia e ensina a tomar decisões e fazer escolhas que só irão nos abençoar, por mais que elas pareçam loucura aos olhos do mundo.

Teologia Paulina vs. Teologia de Resultados (Pr. Fabricio Cunha)

Em minha pouca experiência de vida e, menor ainda, no contexto eclesiástico, tenho me impressionado com a velocidade da dinâmica das mudanças no seio da Igreja evangélica. Junto a isso, a diversidade de sistemas, ferramentas, livros, visões, e uma enorme gama de características que compõem o ambiente evangélico, têm me causado um sentimento duplo, que se constitui, em primeira instância, de uma confusão mental generalizada e, num segundo momento, agrava-se com o sentimento de medo e perplexidade face à falta da idéia de onde chegaremos como igreja.

Práticas como a Teologia da Prosperidade, têm suplantado a doutrina bíblica e outras tantas, tais como a da maldição hereditária, a banalização da batalha espiritual, a doutrina do “eu determino”, têm tomado o lugar da “mensagem da Cruz”, tão pouco pregada nos púlpitos evangélicos contemporâneos.

Entretanto, um outro tipo de teologia é o que mais me preocupa, a Teologia dos Resultados. Tal teoria, vinda principalmente dos EUA, tem se tornado “lei” no que diz respeito a assuntos como a evangelização, o crescimento de igrejas, a liderança e em outros de ordem primária na vida eclesiástica. A suposta semelhança com a doutrina bíblica e o aparente cumprimento das principais ordenanças da Palavra, levam muitos a quase canonizarem tais ensinamentos, além de revolucionarem sua grei usando esta doutrina por base.

Ao olhar para a Teologia Paulina, não vejo espaço para tais práticas comuns no contexto da Teologia dos Resultados e, ao compara-las, posso pontuar a existência de um grande abismo entre uma e outra.

Dois pontos preponderantes desta doutrina contemporânea são a escolha de um indivíduo por sua “combinação” com a visão do grupo e por sua “capacidade”. Se fosse por estes dois pontos, muitos dos primeiros crentes, dentre eles os próprios apóstolos, estariam de fora do rol de membros de nossas congregações. Em contrapartida a isso, vemos nos escritos de Paulo que a “dependência” e não a “capacidade” constitui-se o fundamento de um ministério bem sucedido. Que se dirá então da base tríplice onde tais líderes se apóiam: a afirmação no que são bons, a predominância do mais forte e o perfil empresarial. Todos pontos totalmente escusos da Teologia de Paulo que se fundamenta no “…quando sou fraco é que sou forte…”, na predominância do mais humilde e n perfil relacional (“Lembre-se de quem o aprendeste…” e não “do que” aprendeste). Além do que, se Paulo fosse organizar um congresso hoje (o que já acho muito improvável) tenho certeza que o tema não seria “O Líder e Sua Visão” ou “A Visão Para Hoje” temas comuns atualmente, mas talvez fosse “O Espinho na Carne” ou “Aperfeiçoamento na Fraqueza”. Seus seminários não seriam para se adquirir novas ferramentas e visões mas para se ensinar as antigas práticas como a da oração, a do jejum e a da pregação expositiva.

Creio que Paulo não comprometeria a mensagem a verdade da cruz só para contabilizar mais mãos levantadas que dizem que aceitam um Jesus que não conhecem, mas continuaria com o discurso da busca incansável pela plenitude da varonilidade, do negar-se a si mesmo e da perseguição para os que querem viver piedosamente. Paulo não tinha uma mentalidade aglutinadora e curralista, mas pessoal  comunitária. Basta lermos suas introduções e suas despedidas cheias de carinho e pessoalidade, além de suas preocupações com comunidades que ele ainda sequer havia conhecido pessoalmente.

Isso tudo nos leva a um grande sentimento de egoísmo, busca de grandeza e confusão. Se fôssemos mais iguais a Paulo e se vivêssemos sua Teologia (“…sede meus imitadores como eu sou de Cristo…”), o “resultado” tão cegamente almejado seria bem diferente. Passaria de uma busca do concreto a uma contemplação do sobrenatural, de um apelo material ao anseio pelo espiritual, de uma irreal expectativa a uma concreta gratidão.

Autor: Pr. Fabricio Cunha, pastor de juventude da Igreja Batista de Água Branca

Jesus Marketeiro (Ed René Kivitz)

Chamar Jesus de marketeiro soa quase blasfêmia. O adjetivo é pejorativo. Primeiro para os profissionais do marketing, e muito mais para Jesus. O título é quase sempre confundido com propaganda enganosa e manipulação desonesta. Mas o termo pode ser redimido. A verdade é que a teoria que os manuais contemporâneos de comunicação e de marketing ensinam foi praticado por Jesus como sabedoria.

Advirto que não gosto dessas comparações do tipo Jesus foi o maior psicólogo, o maior coach, o maior formador de equipe, e assim por diante. Além de esvaziar a grandeza de Jesus, que é incomparável, corre-se o risco de atribuir a Clark Kent o que é possível somente ao Superman. O fato é que Jesus merece nota máxima em todos os quesitos utilizados hoje para medir a excelência de qualquer profissional.

Mas o xis da questão é o seguinte: Jesus foi um excepcional marketeiro. Fosse ele uma campanha publicitária, disse Adilson Xavier, sua estrutura seria perfeita. “Primeiro, houve um importante período de teaser, com os profetas do Antigo Testamento criando expectativa em torno do Salvador que haveria de chegar. Depois a intensificação do teaser, num misto de aquecimento e pré- lançamento da campanha, com João Batista fazendo a ponte entre as profecias e a efetiva chegada do aguardado personagem”.[1]

A estréia de Jesus de Nazaré não poderia ser mais extraordinário e midiático: ajoelhado às margens do rio Jordão, Jesus recebe a visita do Espírito Santo, que repousa sobre ele na forma corpórea de uma pomba, enquanto os holofotes do céu se acendem como moldura para o ecoar da voz do Deus Altíssimo que declara em alto e bom som: “Esse é o cara”.

O day after aponta para um conjunto de ações estratégicas que sugerem um planejamento minuciosamente elaborado pelo conselho divino da Santíssima Trindade. Eis uma boa definição de marketing: conjunto harmônico de ações estratégicas que visam a gerar consumidores e ou usuários de um produto ou serviço.
No caso de Jesus, o que seria isso que chamamos de produto ou serviço? Arrisco dizer que o que Jesus oferecia aos seus circunstantes (clientes) era, nada mais nada menos, do que ele mesmo: “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida”;  “Venham a mim! Andem comigo e vocês vão recuperar a vida”;  “Eu Sou a Luz do mundo”; “Eu Sou o pão da vida”; “Eu Sou a Ressurreição e a Vida. Quem crer em mim, ainda que morra, viverá”; e a mais bombástica das afirmações: “Eu e o Pai somos um: ver a mim é ver o Pai”.
Não é de admirar que Jesus estivesse ocupado com o que chamamos de marketing de posicionamento.

Essa é a razão porque encomenda uma pesquisa de opinião para identificar o lugar que ocupa na cabeça de seu público: “O que pensam de mim? Quem o povo pensa que eu sou?”. Depois transforma seus discípulos numa espécie de focus group e faz uma pesquisa quali: “E vocês, o que pensam de mim?”. Jesus sabia que a aceitação de sua mensagem estava absolutamente vinculada à exata compreensão de sua identidade: se eles não sabem quem sou, não entenderão o que eu digo, não aceitarão o que proponho, e não serão meus seguidores.

Os passos de Jesus seguem um cronograma inteligente, tanto na cronologia quanto na geografia. Começa em Nazaré, sua cidade de origem, e vai caminhando em direção ao mundo gentílico (não judeu), até chegar na Galiléia. Primeiro, se revela ao seu próprio povo, depois abre gradativamente a porta de acesso aos estrangeiros. Vai se mostrando aos poucos, criando suspense e interesse nas multidões, num balanço perfeito de aparições públicas e afastamento, entremeado de afirmações de impacto. Seus milagres e ações de misericórdia e compaixão são de amplo espectro, mas desenvolvidos com impecável (desculpe o trocadilho) precisão: cura as pessoas certas, no lugar certo, na hora certa, e faz questão de encaminhar cada uma delas aos formadores de opinião e autoridades espirituais do povo. Jesus parece caminhar com um cronômetro que lhe diz o momento exato para cada uma das ações planejadas. Recomendações diferentes para pessoas diferentes em ocasiões diferentes: “Não conte nada para ninguém”; “Conte apenas aos sacerdotes”; “Conte para todo mundo o que eu fiz por você”.

Jesus foi também um expert em marketing de relacionamento. Um dos seus primeiros atos de campanha foi formar um time, sempre soube que o plural tem primazia sobre o singular, e por isso mesmo enviou sua equipe de vendas sempre dois a dois. Foi o mestre da inclusão e chamou para a mesa gente de tudo que é tipo e reputação. A essência de sua caminhada foi o convite à fraternidade universal, à comunhão do amor a Deus e ao próximo, sendo ele mesmo o padrão do amor: “Assim como eu amei vocês”.

Além de ser ele mesmo um logo humano, a encarnação de sua mensagem, vivendo de modo indubitavelmente coerente com sua campanha, foi um exímio contador de histórias e criador de aforismos.

Suas parábolas tinham características virais, com conteúdos próximos a bombas de tempo, que ficavam borboleteando nas mentes dos ouvintes e explodiam de maneira inesperada gerando o alumbramento e a metanóia – expansão da consciência.

Para encurtar a história, uma vez que acredito ter demonstrado meu argumento, lembro apenas que Jesus foi um criativo capaz de ilustrar sua mensagem, pessoa e obra, em ícones mnemônicos: o batismo nas águas, que dramatiza a morte e ressurreição para uma nova dimensão de existência e vida; a eucaristia, quando o pão repartido é o corpo do Agnus Dei, e o vinho é o sangue derramado do Cristo Redentor.

Lembro, ainda, que acima de todas as marcas, reina soberana a cruz, espetáculo de horrores e símbolo da maior expressão passional de um Deus que morre por amor. Ouça essa conversa:[2]

– Só isso?
– Quanto mais simples, melhor.
– Mas um traço horizontal cruzando outro vertical não quer dizer nada.
– Desculpe, mas eu acho que quer dizer tudo.
– Lá vem você com filosofia de criador…
– Daqui a algum tempo, um Descartes da vida, entre uma filosofada e outra, vai acabar descobrindo que o cruzamento de duas linhas define com precisão qualquer ponto de qualquer superfície. Imagina isso recebendo o nome de “coordenadas”. Eu garanto que essa marca ainda vira um gesto.
– Gesto?
– Se, com a mão direita, você tocar sua testa, abdômen, o ombro esquerdo e o ombro direito, nessa sequência, o que acontece?
– É como se eu traçasse a cruz sobre mim.
– Perfeito. Um escudo invisível. Nossa marca sendo reverenciada, fazendo as pessoas se sentirem protegidas.
– Agora você realmente passou do ponto. Tá pensando que é Deus?
– Por que não?

A pergunta, portanto, a respeito da legitimidade do marketing religioso precisa ser corretamente elaborada. Não se trata de ser contra ou a favor. O que se deve considerar é sua dimensão ética. E também, e principalmente, nesse sentido, Jesus é mestre. Considerando ético o marketing cujo conjunto de ações é uma extensão de identidade (comunico o que de fato sou), com legítimas motivações e finalidades (ofereço o que promove o bem comum), Jesus foi, sem dúvida, uma estrela de primeira, para não dizer singular, grandeza. Não falou mentira a respeito de si mesmo, não diminuiu as demandas de seu discurso, não manipulou a fé popular, não prometeu o que não podia entregar, não ofereceu paliativos, não brincou com os sonhos, anseios e esperanças das massas desesperadas, não buscou seus próprios e egóicos interesses, mas deu de si e a si mesmo, derramando sua própria vida para que todos tivessem vida.

Provavelmente por essas razões, a afirmação de que Jesus foi uma estrela do marketing seja quase uma blasfêmia. Alguém poderia sugerir que, de fato, Jesus fez o anti marketing, ou tenha se recusado a usar os artifícios que hoje atribuímos pejorativamente como marketeiros.

Jesus, por exemplo,  não vendeu a alma aos poderosos de ocasião. Não tentou impressionar os filósofos gregos e muito menos tentou agradar nem se associou aos senadores e autoridades políticas romanas, além de criar caso e expor ao ridículo os formadores de opinião do judaísmo de então.

Para quem pretendia deflagrar um movimento universal, é estranho que não tenha publicado um livro, nem mesmo uma espécie de auto-biografia promocional, nem tenha sistematizado seu ensino em cinco passos para a felicidade, três degraus para o sucesso ou sete caminhos para vida abundante.

Para piorar a situação, Jesus andava sempre mal acompanhado: seus seguidores imediatos eram homens rudes, iletrados, sem berço e sem qualquer expressão social ou coisa a oferecer para alavancar a campanha de salvar o mundo. Vivia se banqueteando com gente de reputação duvidosa e se deixando tocar e abraçar por doentes e moralmente impuros conforme o cerimonialismo religioso da época.

Jesus não desenvolveu a indústria dos amuletos religiosos, jamais permitiu que suas roupas e objetos de uso pessoal fossem fetichizados pela superstição popular, não estabeleceu peregrinações para qualquer cidade o monte identificados como propícios para se buscar a Deus. Não criou um sistema semanal de eventos voltados a milagres especiais, não ensinou mantras e palavras mágicas, não fez correntes de fé nem distribuiu  e  Na verdade, desferiu golpes duríssimos contra a estrutura religiosa da tradição farisaica e corrompeu todos os hábitos e cerimoniais que se prestam a gerar identidade de grupo e espírito de corpo.

Deixou seus seguidores praticamente sem qualquer instrumento de amarração simbólica de controle das massas. Sem qualquer sombra de dúvidas, fosse Jesus um líder religioso treinee em qualquer dessas neo-seitas populistas, seria imediatamente considerado um estorvo, quem sabe incompetente ou inadequado para a função. Incapaz de usar máscaras e se comportar como personagem à vontade no palco, nada afeito à manipulação psico-emocional para conquistar prosélitos, sempre falando que o dinheiro é perigoso, condenando o acúmulo de riquezas e enfatizando o cuidado dos pobres, sem qualquer pretensão de criar produtos para divulgação de sua seita, discreto demais para quem se afirma o unigênito do Deus criador dos céus e da terra, entra em Jerusalém sem ostentar uma capa cintilante enquanto cavalga um cavalo branco, mas arrastando os pés no chão montado num jumentinho.,

Não foi sem razão que se dizia que o movimento de Jesus nada tinha de religião: não tinha templos, não tinha sacerdotes, não tinha cultos, não tinha dias ou lugares sagrados, enfim não tinha nada. Tinha apenas a convicção de que o Cristo estava vivo, havia aparecido a muita gente antes de subir aos céus e voltar para seu Pai, e depois havia derramado seu Espírito para viver em todos os corações de fé.

A conclusão a que se chega é que Jesus foi sim um extraordinário homem de marketing. Mas não o fez seguindo teorias potencializadoras de resultados. Jesus foi apenas ele mesmo. Suas palavras eram perfeitamente coerentes com seu caráter. Sua mensagem era apenas e tão somente manifestação do seu coração. Seus atos foram expressões de sua compaixão genuína por todos aqueles com quem trocou olhares. Ao fim das contas, na verdade, o caminho de Jesus não foi marketing driven. Foi love driven. E por isso mesmo chegou onde chegou.


[2] Idem.
[Publicado originalmente na Revista da ESPM, edição de Janeiro/Fevereiro 2012]

Autor: Pr. Ed René Kivitz, pastor da Igreja Batista de Água Branca

[1] Xavier, Adilson. O Deus da criação. Rio de Janeiro: BestSeller, 2006.

O marketing de "Jesus-Cola", um produto tipo gospel (Danilo Fernandes)

Quem vende o "evangelho", vende o que não tem para entregar.

Fora das “aspas”, proclama-se loucura! Loucura aos olhos humanos.

Há  quase dez anos atrás, quando por um tempo fiquei sem igreja para congregar, ouvi do pastor de uma igreja que visitei:

- Bom ter um cara como você aqui, que faz marketing para grandes empresas (Coca-Cola inclusive, risos). Vais dar muitos frutos para a nossa igreja.

Eu perguntei:

- Como? Por conta da experiência com marketing?

- Sim, claro!, respondeu o pastor.

- Meu irmão amado, respondi, o que eu achei não se vende, apenas se proclama e se espera pela ação de Espirito de Deus. Se eu fosse contratado para fazer o marketing plan de um “produto” assim, eu nem começava. Pensa comigo: O produto é loucura aos olhos do comprador e a entrega do principal é post mortem. Os clientes potenciais estão todos cegos, surdos e seus corações estão duros (Ef 2.1; 4.18; Cl 2.13). Ainda que pudessem escolher o "nosso" produto, não o fazem, a sua vontade não é livre, há barreiras de entrada neste mercado que somente o Espirito de Deus pode quebrar. O público-alvo é escravo, por força de um contrato leonino hereditário com o pecado e as suas escolhas são viciadas pelo relacionamento com outro “fornecedor” (Rm 7.19,20; 8.5-8; 8.12,13). Ademais, meu irmão, O preço do produto é impagável: Santo Sangue de Jesus.

 - Como seremos pagos pela venda deste "produto?", perguntei e, sem resposta, respondi eu mesmo:


- Somente um "banco" financia este produto: A Graça de Deus S/A e a liberação deste crédito não pode ser feita por agentes comissionados! E olha que muitos tentam! Apenas Um libera o benefício e seus critérios parecem privilegiar o imerecimento creditício! Como explicar isto no pitch de vendas, meu irmão?

E continuei:

- Se eu pretender a honestidade, se o Amor fizer morada em mim, não proclamarei outro Evangelho que não seja a Boa-Nova acerca do Reino e, sendo assim,  não há alternativa possível se não me ater a Verdade. Nesta condição, que estratégia de marketing alternativa eu poderia oferecer?

Silêncio.

- Veja se não é assim: o Preço não se mexe, quem ousa perde tudo. Propaganda, só para loucos, surdos, cegos e ainda promovendo que estes vendam tudo o que tem por uma única perola preciosa. Sim, “produto”: Pérola preciosa vista apenas por poucos e entregue na eternidade. Entre os “P's” do Marketing, sobra-nos o “Placement” (ou distribuição). Podemos abrir pontos de entrega - lojas, por assim dizer, e esperar que loucos, cegos e mortos nos encontrem. Apresentamos o produto, com muito temor. Lembrando sempre do preço que seria cobrado por nossa leviandade nesta hora crucial - uma Ira maior do que todos os PROCONS e a falência irremediável, que nenhum advogado humano poderia evitar. Para assim, esperar em Deus, o único responsável tanto pelo querer como pelo realizar, regenere os "clientes e suas vontades" levando-os a salvação (At.16.14; Fp 2.12.13; Ef 1.3-6). Ou faz assim, ou muda o produto!

- O pior é que andam mudando!

Danilo Fernandes é Bacharel em Economia pela UFRJ, Mestre pela COPPEAD UFRJ e MBA em Marketing pela Louisiana State University e, como pode ser percebido na sua retórica mercadológica, participa da escola Kotleriana, mas a submete ao Pai de todos os P's (de todo alfabeto e do universo!), e é muito influenciado pela hermêutica calvinista.

Fonte: Genizah



Tumba de Herodes gera polêmica entre arqueólogos de Israel

A tumba de rei Herodes reabriu em Israel um velho debate sobre se os restos da antiguidade devem ou não serem reconstruídos com fins turísticos. Enquanto muitos defendem essa ideia, outros acreditam que é melhor preservá-lo nas condições que foram encontrados para que sirva como testemunho da história.

Todos os argumentos, tanto a favor como contra, serão analisados por uma comissão que se reunirá em maio para  poder decidir o futuro da tumba.  A polêmica maior se refere ao fato da tumba do histórico monarca da Judéia está em território palestino.

O projeto da Autoridade Nacional de Parques e Reservas Naturais de Israel e também do Conselho Regional do assentamento de Gush Etzión é de recuperar o museu tanto o mausoléu onde há mais de dois mil anos encontra-se os restos mortais de Herodes o Grande (73 a.C. – 4 d.C. e tanto o depósito arqueológico que é conhecido como Herodion.

“Há muita gente que não entende a força que teve a civilização antiga, a gente não tem a capacidade de imaginar o que havia quando vê um montão de pedras e muito menos uma torre de 15 a 20 metros. Eu creio que podemos oferecer essa visão”, afirma Shaul Goldstein, chefe da Direção de Parques e Reservas Naturais de Israel.

Ele deseja recriar a tumba em seu tamanho original com 25 metros de altura, mas com elementos que não as pedras  beges das construções de edifícios típicos daquele milênio. “Seria de gesso e metal, desmontável em  apenas um dias”, disse Godstein.

Mas Haim Goldfus, da Universidade Ben Gurión, de Nagev, acredita que a decisão é “improcedente” e que a reconstrução apenas vai “distrair o visitante” já que a reconstrução, por mais perfeita que seja não mostrará os achados arqueológicos verdadeiros.

Herodes aparece no Novo Testamento bíblico, quando os evangelhos comentam que assim que soube do nascimento do Messias pediu para que todos os meninos fossem mortos. Ele reinou entre os anos de 37 a.C. até a sua morte em 4 a.C..

Traduzido e adaptado de Protestante Digital, via GospelPrime


Descoberta arqueológica pode revelar muito sobre origem do Cristianismo

 James D. Tabor é doutor em Estudos Bíblicos pela Universidade de Chicago. Atualmente é o presidente do Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte. Seus estudos concentram-se nas Origens Cristãs e no Antigo Judaísmo, incluindo os Pergaminhos do Mar Morto.
 
Autor renomado, sua atual pesquisa envolve o Judaísmo na Época de Jesus, Os Pergaminhos do Mar Morto e outros documentos antigos relativos à compreensão da história de Jesus. Seu livro mais famoso, A Dinastia de Jesus: A história secreta das origens do cristianismo, foi publicado em 2006.

Ele ficou mundialmente famoso pela descoberta de uma tumba datada do século I. Das 10 ossadas encontradas nos diversos caixões, em seis delas havia nomes inscritos: Jesus, filho de José, Judá, filho de José, Judá filho de Jesus, Mário, José, Mateus e Maria Madalena. Estudos forma publicados e um documentário produzido pelo cineasta James Cameron e exibido pelo Discovery Channel sobre “O sepulcro esquecido de Jesus” o fizeram anunciar que aquela era “a maior descoberta arqueológica da história”.

Agora ele lança um novo livro: “A Descoberta de Jesus: Novo achado arqueológico revela o nascimento do Cristianismo”, que promete mexer com os conceitos que possuímos sobre o cristianismo do primeiro século. Escrito em parceria com Jacobovici Simcha, que foi o diretor do documentário “Túmulo Secreto”. Cheio de controvérsia, muitos o atacaram por querer desmistificar o cristianismo e “forjar” uma tumba para Jesus e seus familiares.

Os arqueólogos relataram que em 2012 fizeram outra descoberta “sem precedentes”, relacionada a Jesus e ao cristianismo primitivo. Algo que poderá “aumenta significativamente a compreensão sobre Jesus, seus primeiros seguidores e do nascimento do cristianismo”, escreve.

A descoberta seria a primeira evidência arqueológica de uma fase do cristianismo que antecederia a escrita dos evangelhos do Novo Testamento. Seria também o primeiro exemplo de arte cristã.

Trata-se de um túmulo lacrado, datado do primeiro século. Chamado por eles de “a sepultura do Pátio”, foi descoberta no canteiro de obras de uma construção em 1981 em Talpiot, subúrbio de Jerusalém, a menos de dois quilômetros ao sul da Cidade Velha.

Essa descoberta também forneceria novas evidências para avaliar o “túmulo de Jesus, filho de José”, descoberto um ano antes e que ficou internacionalmente famoso por causa do documentário da Discovery.
Ao que parece, os arqueólogos continuam tentando mostrar que Jesus foi, de fato, enterrado em uma tumba comum. Para eles, os dois túmulos encontrados provavelmente estariam numa propriedade rural pertencente a José de Arimatéia, rico membro do Sinédrio, que segundo os evangelhos, assumiu o comando oficial do sepultamento de Jesus.

Acessar a sepultura selada do Pátio foi um grande desafio. Primeiro o tecnológico. Foram feitos uma série de furos de oito polegadas no subsolo do condomínio e colocada uma micro câmera adaptada para filmar no escuro. O segundo desafio foi o burocrático. Para investigar esse tipo de túmulo é necessário fazer acordos com os proprietários do edifício construído sobre ele, a Autoridade de Antiguidades de Israel, que controla a permissão para realizar qualquer trabalho arqueológico em Israel, a polícia de Jerusalém, cuja tarefa é manter a paz e evitar a incitação à revolta; e o Heredim, as autoridades ultra-ortodoxas, cuja missão é proteger todos os túmulos judaicos, antigos ou modernos, de qualquer tipo de perturbação.

Um braço robótico e uma “câmara cobra” foram inseridas através dos furos no piso do edifício acima da tumba. A sonda  foi capaz de alcançar todos os ossuários e fotografá-los por todos os lados, revelando as novas inscrições. 

“Tudo neste túmulo parece incomum, quando contrastado com o que normalmente se encontra inscrito em ossários de túmulos judaicos desse período”, disse Tabor. “Dos sete ossários restantes no túmulo, quatro deles possuem características incomuns.”

Há gravuras em cinco das sete ossuários: um símbolo enigmático no ossuário 2 (possivelmente as letras Yod Heh Vav Heh ou “Javé” em letras estilizadas que podem ser lidos como o grego ou hebraico), a inscrição ” MARA “em letras gregas (que Tabor traduz como a forma feminina de” senhor “ou” mestre “em aramaico) no ossuário 3; uma palavra indecifrável em letras gregas no ossuário 4 (possivelmente um nome começando com” JO … “), uma inscrição de quatro linhas em grego no ossuário 5 e, finalmente, e mais importante, uma série de imagens no ossuário 6, incluindo a grande imagem de um peixe com uma figura humana saindo de sua boca.

A maioria dos arqueólogos que investigam a história do antigo judaísmo e do cristianismo primitivo discordam sobre as “evidências arqueológicas confiáveis”, diretamente relacionadas com Jesus e seus primeiros seguidores. Jesus nasceu, viveu e morreu em Israel. A maioria dos estudiosos concorda que ele nasceu por volta de 5 aC e morreu por volta de 30 dC. Existem evidências arqueológicas abundantes deste período relacionado com a Galileia, onde começou a sua pregação e campanhas de cura, e de Jerusalém, onde foi crucificado.

Existem boas evidências relacionadas com Herodes Antipas, o sumo sacerdote Caifás, e Pôncio Pilatos, que o mandou crucificar. Mas não existe nada que retrate o início do cristianismo datado do primeiro século. Pelo menos até agora.

Os exemplares mais antigos do Novo Testamento são do início do século 4 dC., mais de duzentos anos após a vida de Jesus. Alguns fragmentos de papiros do Novo Testamento foram datado do século 2 dC. Se a descoberta alardeada por James Tabor for confirmada por outros estudiosos, será o maior registro arqueológico sobre a vida cristã da história. Seus críticos dizem que Tabor quer apenas vender mais um documentário para a TV e questionam a veracidade de seus achados.

Traduzido e adaptado de Huffington Post e Science Daily, via GospelPrime

Papa pede que casais inférteis evitem método artificial

Hoje a medicina oferece inúmeras alternativas para quem deseja ter um filho, mas tem problemas de esterilidade. Não é difícil encontrar quem tenha feito procedimentos como inseminação artificial ou fertilização in vitro para realizar esse sonho.

Mas para o Papa Bento XVI tais técnicas são uma forma de arrogância e por isso ele desaconselha os casais inférteis a recorrem à esses procedimentos.

Em uma conferência no Vaticano o pontífice criticou quem recorre aos tratamentos de infertilidade dizendo que esses procedimentos são apenas uma busca por lucro e que a “arrogância” parece dominar esse campo. De acordo com a Associeted Press o Papa alertou também a todos sobre a “fascinação pela tecnologia de procriação artificial”.

Em seu discurso ele falou também que o casamento é a única situação em que se é admissível conceber crianças. A Igreja Católica já se posicionou várias vezes sobre esse tema, sendo, inclusive, contra o uso de preservativos e também contra o sexo fora do casamento.

Por esse motivo é que Bento XVI disse aos casais inférteis para que não recorram aos métodos artificiais para conceber filhos, pois isso deve acontecer apenas pelo sexo entre marido e mulher.

As técnicas rejeitadas pelo Papa estão tão avançadas que hoje é possível escolher o sexo do bebê e até características físicas por meio da micromanipulação e reprodução assistida que são métodos avançados para quem deseja ter filhos.

Com informações 180 graus, via GospelPrime

Magno Malta propõe reunião com cônsul iraniano para saber sobre Yousef Nadarkhani

 Durante seu discurso no Plenário na última terça-feira (28) o senador Magno Malta (PR-ES) comunicou que vai apresentar um requerimento pedindo que o embaixador do Irã no Brasil vá até Brasília falar sobre a situação do pastor Yousef Nadarkhani que foi condenado a forca pelo governo iraniano.
 
O requerimento será apresentando na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e, além disso, a Frente Parlamentar em Defesa da Família fará uma reunião especial nessa quarta-feira (29) às 17h para formular o pedido de audiência com o cônsul iraniano.

O objetivo dessa reunião será interceder em favor do pastor que está preso desde 2009 sob a acusação de apostasia por ter deixado o Islã para se tornar cristão.

Apesar das tentativas do governo de fazê-lo negar a Cristo e voltar a se assumir como muçulmano, Nadarkhani não aceitou negar a fé e por isso foi condenado a morte por enforcamento. Na última semana a ACLJ (sigla em inglês para Centro Americano para Lei e Justiça) afirmou que não há como saber se o pastor continua vivo e pediu para que países, como o Brasil, que têm boas relações diplomáticas com o Irã consigam mudar a sentença.

“Seria elegante e de bom tom que o embaixador nos explicasse porque o pastor está sendo condenado a forca no Irã”, disse Magno Malta em seu discurso.

Com informações Agência Senado, via GospelPrime


Jogos eletrônicos ensinam que a religião é violenta

 Nos últimos anos, a indústria de videogames tornou-se uma parte importante da cultura jovem. O aumento de popularidade e uso da tecnologia avançada permitiu que os desenvolvedores inserissem cada vez mais detalhes e nuances nas histórias de seus jogos. Aos poucos, muitos desses games começaram a incorporar a religião como um aspecto chave para seu enredo.
 
Greg Perreault, estudante de doutorado em Jornalismo  na Universidade do Missouri , fez um estudo sobre como muitos jogos da nova geração equivalem religião e violência em suas  narrativas. Perreault apresentou suas descobertas durante a Conferência sobre Religião Digital, realizada no Centro de Mídia sobre Religião e Cultura.

Perreault examinaram cinco jogos recentes que trazem elementos religiosos claros em sua narrativa. Os games em questão foram “Mass Effect 2″, “Final Fantasy 13″, “Assassins Creed”, “Castlevania: Lords of Shadow” e “Elder Scrolls: Oblivion”. Perreault descobriu que em todos estes jogos a religião está associada à violência e a problemas.

“Na maioria desses jogos, houve uma forte ênfase em “Cavaleiros Templários e os motivos dos cruzados”, disse Perreault. ”Não era enfatizado apenas o lado violento da religião, mas em cada um desses jogos a religião criou um problema de que o personagem principal tem de superar. Seja um confronto direto com fanáticos religiosos ou sendo assombrado pela culpa religiosa”.

A conclusão de Perreault sobre a relação entre violência e os games é dúbia: “Não parece que os desenvolvedores estão tentando atacar propositadamente a religião organizada nestes jogos. Acredito que eles estão apenas usando a religião para criar ‘pontos de virada’ estimulantes em seus roteiros. Se você olhar para os jogos, verá que a maior parte deles envolve alguma forma de violência, porque violência é conflito e conflito traz emoção ao jogo. A religião parece ser associada à violência, porque isso contribui para uma narrativa mais atraente”.

Em Assasin’s Creed, por exemplo, o vilão a ser combatido é justamente a Igreja Católica. No passado, jogos como Diablo foram abertamente criticados por lideranças religiosas por vulgarizarem ensinamentos espirituais. Neste game,  o jogador tem de ir ao inferno enfrentar demônios com armas e pistolas.

Traduzido e adaptado de God Discussion, via GospelPrime

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O caminho da graça (Ed René Kivitz)

As freiras nos ensinaram que existem dois caminhos na vida, o caminho da natureza e o caminho da graça. Você precisa escolher qual deles vai seguir. A graça não procura satisfazer a si própria, ela aceita que a desprezem, que a esqueçam, que não gostem dela, ela aceita ser insultada e ser ferida. A natureza só que satisfazer a si mesma e fazer com que os outros a satisfaçam. Ela gosta de ser livre e que façam a sua vontade. Ela procura razões para ser infeliz quando o mundo todo esta feliz a seu redor e o amor está sorrindo através de todas as coisas. As freiras nos ensinaram que quem ama o caminho da graça jamais tem um fim triste. Eu serei leal a você, aconteça o que tem que acontecer.

Essas palavras citadas na introdução de Árvore da vida, o deslumbrante filme de Terrence Malick, me colocaram diante de realidades antagônicas: um mundo fechado e um mundo aberto; o caminho inexorável e o caminho passível de surpresas; o determinismo e a possibilidade; o (pré)destino e a liberdade, ou sua irmã, a esperança; o previsível e o inusitado; a confirmação das probabilidades e a reversão dos prognósticos; o fatalismo e o milagre.

Penso que quem acredita que a única estrada por onde o mundo deve e pode caminhar é aquela prevista pelos sentidos da razão, vive no caminho da natureza; quem vive aberto ao mistério, no caminho da graça. Quem deseja uma ordem lógica que a tudo explica, a tudo justifica e tudo faz acontecer na perspectiva do que é justo, vive no caminho da natureza; quem prescinde de lógicas e explicações e está vulnerável a fatos que estão além ou aquém de justificativas justas e coerências racionalistas, vive no caminho da graça.

Evidentemente, não estou dizendo que a graça é irracional, ou que Deus seja incoerente ou injusto. Apenas estou intuindo que o universo é sustentado por um critério que transcende a justiça, a saber, a graça.

Quando me deparo com argumentos do tipo “Deus não pode curar uma criança pelo simples fato de que não cura todas”, sinto meus pés fincados no caminho da natureza: as coisas têm que ser assim porque somente assim fazem sentido, têm lógica, têm critério de justiça. Deus é submetido a “tem que” ou “não pode”, isto é, seu caminho é confundido com o caminho natureza. Por outro lado, quando me deparo com fatos que não podem ser explicados, ainda que não correspondam à equanimidade que espero e gostaria de ver no universo, tenho a estranha sensação de que algo ou alguém que não me deve satisfações – ou cujas explicações estão fora do meu alcance, está agindo no mundo independentemente de mim, do que eu acho, do que eu creio ou do que considero justo.

Toda vez que me surpreendo exigindo explicações e tentando fazer Deus caber nos limites do meu entendimento, ouço o sussurro que me faz crer estar diante de um ídolo. Isso me humilha e me devolve ao estado de criatura. Serve para me lembrar que o universo segue seu curso pelo caminho da graça, e não da natureza. Traz os meus pés para o desconhecido, vulnerável e inexplicável solo da graça e do mistério de Deus. Olho para baixo e não vejo mais o chão. E me dou conta de estar no lugar mais seguro do mundo. 
 
Ed René Kivitz

 
Fonte: Site do autor , via Genizah

Diários de um pastor: Meditando sobre o começo do ano e metas pessoais

Hoje tive a oportunidade de parar para pensar um pouco sobre a vida. As últimas semanas foram muito corridas, com uma carga adicional de serviço no trabalho e outras questões pessoais. Após a tempestade, veio a bonança e pude fazer uma avaliação do que aconteceu comigo neste jovem ano.

Após 2 meses, pude avaliar que consegui realizar alguns feitos. Consegui publicar meu primeiro livro, que deve estar chegando nos próximos dias. Completei a leitura da Bíblia em 26 dias (em março vou começar a releitura dela, desta vez cronologicamente). Iniciei e terminei a leitura de alguns livros teológicos, como "Os Heróis da Fé", "Como entender o Apocalipse" e outros, como "Vencendo com as pessoas", de John Maxwell. Fechei o planejamento estratégico da Juventude da PIB do Grajaú. Voltei à Pós-Graduação. Muita coisa para o tempo investido.

A atividade mais importante que comecei este ano, contudo, foi um trabalho de discipulado online. Ali, pude ter maior contato com as aflições pelas quais as pessoas de nossa sociedade passam. Em apenas alguns meses, já vi coisas que deixam qualquer um de cabelo em pé. Foi um belo choque, pois me revela exatamente o que me espera, no dia em que Deus me disser que chegou a hora de assumir a liderança de uma igreja.

Quando penso nisso tudo, penso que meu tempo precisa ser melhor gerido. Deixei os exercícios físicos de lado. Não jogo bola há meses, muito em função do dia que tem acontecido. Não aproveitei o tempo livre como poderia ou deveria. Contudo, penso que tenho ainda uma oportunidade de corrigir estes problemas e me organizar para chegar ao final do ano com um equilíbrio maior entre todas estas atividades.

Meus planos para o restante do ano são variados: Desejo aprontar mais um livro para publicação e escrever mais dois, o que não será fácil, devido ao tempo que a Pós me toma. Quero perder cinco quilos até dezembro. Desejo chegar ao final do ano com quarenta jovens participando ativamente de alguma atividade do Ministério Jovem do Grajaú (para uma igreja com 140 membros, é um desafio), o que significa trazer mais jovens para Cristo e integrar aqueles que estão apenas frequentando as celebrações dominicais.

São muitos desafios, mas que compartilho com os irmãos para que orem por mim e me acompanhem nesta jornada. Pretendo compartilhar algumas destas conquistas aqui. Conto com o apoio de todos.

Bíblia com mais de 1500 anos é encontrada na Turquia

Já encontra-se no museu de Ankara, na Turquia, um exemplar da Bíblia Sagrada que tem mais de 1.500 anos. O Livro Sagrado foi encontrado depois que a polícia conseguiu desfazer uma rede de vendas ilegais de antiguidades em 2000 e permaneceu em um cofre até ser entregue ao museu.

Agora esta é uma das Bíblias mais antigas do mundo e está escrita em aramaico. Dá para ler as palavras com clareza, mesmo com as folhas escurecidas com o tempo. Isso é possível graças ao material usado para escrever essa Bíblia, toda feita em couro especial.

Os peritos que analisaram o livro disseram que ele é inteiramente original e que está avaliado em torno de 20 milhões de euros. A escrita remete ao dialeto siríaco falado na época de Jesus Cristo, fato que dá mais valor e autenticidade ao achado.

Muitas pessoas acreditam que se trata do evangelho de Barnabé, um livro controverso que contradiz o Novo Testamento fazendo com que o discurso se aproxime mais da religião islâmica que do cristianismo. Para saber qual a mensagem dessa Bíblia tão antiga o Vaticano pediu às autoridades turcas para que pudessem analisar os textos.

Tal exemplar foi declarado como patrimônio cultural podendo ser exposto ao público no Museu Etnográfico de Ankara.

Assista:

Com informações Euro News, via GospelPrime