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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Diários de um pastor: Meditações no trânsito sobre tomada de decisões

Quem depende ou gosta de carro para ir trabalhar, certamente já pegou ou pega diariamente um trânsito cerrado. No Rio de Janeiro, mesmo com algumas vias expressas, é inevitável se gastar um período enorme de seu dia trancado em algum congestionamento ou retenção ao longo do caminho. Por exemplo, o trajeto que eu poderia fazer em 20 minutos de cada para o serviço, costumo realizar em até 1 hora, em um dia de trânsito mais complicado.

Hoje, volta às aulas, foi um desses dias. Parecia que todos os cariocas resolveram tirar seus automóveis da garagem ao mesmo tempo. Ao entrar na Radial Oeste, uma via expressa com quatro pistas de largura, comecei a procurar a pista que estava mais livre, e acabei divagando sobre como, muitas vezes, nosso processo decisório é falho. O motivo foi simples: Uma das pistas estava mais tranquila de se trafegar, mas eu tinha certeza de que ela não era a faixa correta a perseguir.

Na Radial Oeste, as duas melhores faixas para trafegar são as da ponta. A da esquerda estava mais lenta, enquanto a da direita andava tranquilamente. Se eu tivesse tomado uma decisão baseada apenas no momento, teria me deslocado para esta pista. Contudo, eu sabia que, mais à frente, esta faixa estreita não uma, não duas, mas três vezes, com influxo serrado de automóveis de outras duas vias que desembocam na principal. Por causa disso, o tráfego nesta pista torna-se mais lento e perigoso. O motivo dela estar tranquila no começo é justamente o fato de todos saberem disso e evitá-la.

Por outro lado, a pista da esquerda só tem uma saída, bem no final, que causa uma pequena retenção, dependendo do horário. Hoje, saindo mais cedo de casa, sabia que esta saída não causaria problemas. Por isso, percebi que o trajeto mais rápido para sair do congestionamento seria pegar a faixa esquerda e ter um pouco de paciência. No final, minha aposta deu certo: A faixa caminhou mais rápido, não houve retenção na saída e pude avançar bastante em direção ao trabalho.

Quando parei para meditar nesta situação, percebi que muitas vezes tomamos decisões em nossas vidas da mesma forma. O mundo nos apresenta caminhos que nos parece mais imediatos e interessantes, mas que nos levam a regiões perigosas, enquanto outros percursos, menos óbvios, mais lentos inicialmente, podem nos levar a nosso objetivo de forma mais rápida e segura. Isso acontece em todas as áreas de nossas vidas: Trabalho, relacionamento afetivo, vida acadêmica ou financeira, escola, família, tudo.

A questão, porém, é: Como sabermos que caminho tomar, se não soubermos o que fazer?

Primeiro, você pode fazer como eu: Tentar o caminho rápido, errar e tentar novamente de outra forma. Após 2 anos indo trabalhar de automóvel pelo mesmo caminho, você aprende os macetes, os detalhes, a melhor forma de se chegar ao seu objetivo.

Segundo, você pode evitar a dor de cabeça buscando informações sobre o trajeto: Nós, cristãos, tendemos a confiar primeiramente em Deus, pedindo a Ele em oração o discernimento necessário para tomarmos as melhores decisões. Também podemos perguntar a pessoas mais experientes, que fazem o caminho há décadas, para saber os melhores caminhos.

Terceiro, você pode buscar outros trajetos: Muitas vezes, por comodidade, vivemos nossas vidas sem questionar se o rumo que estamos tomando é o melhor para alcançarmos nossos objetivos. Neste caso, não convém sair experimentando todas as vias alternativas possíveis. Ore, busque conversar com Deus e entender quais os caminhos que podem ser alterados para se chegar ao objetivo final.

Quarto, você pode buscar outros objetivos: Aqui mora o maior perigo, pois perguntar a Deus qual o objetivo que Ele deseja para a sua vida pode fazer com que Ele responda dizendo que você deve mudar radicalmente de planos.

O fato é que, quanto mais eu penso em minha vida, mais eu percebo que haverá momentos em que irei tomar qualquer uma das quatro decisões acima. A primeira não é a ideal, mas pode ser necessária no dia a dia. A segunda, a terceira e a quarta, certamente serão tomadas, de acordo com as circunstâncias. Porém, tenho certeza de que, quando o momento chegar, saberei os rumos a serem tomados, a pista certa, o caminho e o objetivo final corretos.

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