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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Os desafios da juventude: Parte 1/5: A maioridade

Olá, amados leitores, irmãos e amigos. Hoje iniciaremos uma nova série de mensagens, onde comentaremos sobre os grandes desafios da juventude cristã moderna. Este ano, tive que tomar uma difícil decisão, ao escolher um ministério específico para coordenar em minha igreja. Após ponderar muito, decidi que iria trabalhar com os jovens, e logo percebi que teria que pensar nos parâmetros que movem a juventude atual. Somente entendendo a cabeça do jovem, poderia criar um programa de discipulado e crescimento espiritual que viesse a alcançar a juventude de nossa igreja e, desta forma, aumentar seu envolvimento com as coisas de Deus.

Todo estudioso da humanidade sabe que nós vivemos diversos ciclos, ou fases, em nossas vidas. De tempos em tempos, acontecem quebras nestes ciclos, levando o homem a vivenciar uma crise, tanto social quanto psicológica. Eu parei para meditar quais seriam as grandes crises, passagens, pelas quais o jovem passa, e encontrei cinco. Todas elas são especiais na vida do homem, porém podem levar a problemas profundos na vida das pessoas, se não forem bem trabalhadas. Na vida do cristão, em especial, são fases que merecem destaque. Hoje, falaremos sobre a primeira destas passagens, a maioridade.

No Brasil, a maioridade civil se dá quando a pessoa chega aos 18 anos de idade. Esta idade é marcante, pois traz ao jovem uma série de responsabilidades e possibilidades às quais ele ainda não tinha acesso. A partir desta idade, o jovem pode dirigir, é obrigado a votar e, no caso dos homens, deve se alistar para o serviço militar. Também nesta fase, o corpo chega ao seu pleno desenvolvimento, encerrando-se a fase da puberdade. O mais importante, porém, é que o jovem já pode assinar qualquer documento por si só, sem precisar da anuência dos pais. 

Quando o jovem chega à maioridade, a grande crise pela qual ele passa é o seu desejo de se tornar independente. Em geral, na adolescência, pensamos que estamos maduros para tomarmos nossas próprias decisões, porém, por sermos sustentados por nossos pais ou responsáveis, acabamos sendo subjugados. Este conflito entre a vontade do adolescente e a educação paterna tende a chegar ao seu ápice na maioridade, pois o jovem pensa que, por ser independente frente à sociedade e ao governo, ele também deve ser tratado desta forma dentro de casa. 

Esta crise se acentua ainda mais quando a família do jovem é cristã. Famílias cristãs sérias tentam educar seus filhos segundo os caminhos do Senhor. Entretanto, o conflito pelo qual o adolescente passa, tendo que conviver com uma série de amigos incrédulos na escola, leva-o a ter que escolher entre restringir seus desejos carnais, no ápice da puberdade, ou entregar-se a eles. Muitos pais apelam, então, para a proibição, o que faz com que o adolescente cresça desejoso do dia em que ficará livre das amarras paternas. Em geral, isso acontece com a maioridade, e é geralmente nesta fase que os jovens cristãos mais se afastam: Ao se verem livres para tomar suas próprias decisões, resolvem experimentar tudo aquilo que desejavam, na adolescência, mas não podiam. 

O fato é que, ao pensarmos sobre esta situação, percebemos que muitos adolescentes que são batizados em nossas igrejas não têm a menor consciência do que é ter a Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas. Não são poucos os adolescentes em nossas igrejas que se batizam para "tomar ceia" ou simplesmente para poderem pertencer ao grupo de suas igrejas, seja o louvor, o ministério de dança ou o coral. Muitos põem capas de santidade e mudam seu discurso para poderem pertencer ao grupo de adolescentes de suas comunidades. Porém, enquanto isso, tiram estes mantos e vivem vidas carnais do lado de fora, em suas escolas ou cursos. 

O problema disso está na aproximação da maioridade. Conforme os encantos do mundo se tornam mais presentes na vida do adolescente, ele acaba desejando experimentá-los, justamente para poder manter-se integrado ao seu grupo de amigos seculares. Este conflito ainda é subjugado em sua mente pelo trabalho dos pais e dos líderes, porém, quando chega a maioridade, o desejo de agir conforme sua própria cabeça o faz, na maioria das vezes, bloquear os conselhos destes pais e líderes, levando-o a experimentar e, em seguida, se entregar aos prazeres da carne.

Na Bíblia, temos alguns exemplos de jovens e homens que agiram conforme sua própria cabeça, ignorando os conselhos ou exemplo de seus pais ou pessoas mais experientes:

1. Hofni e Finéias, filhos de Eli (1 Sm. 2.12-22): Roubavam as ofertas do tabernáculo, deitavam-se com mulheres que se amontoavam do lado de fora do tabernáculo.

2. Amnon, filho de Davi (2 Sm. 13): Estuprou sua irmã, Tamar.

3. Acaz, filho de Jotão (2 Rs. 16.1-3): Abandonou os retos caminhos do Senhor, ensinados pelo seu pai e pelo seu avô, e seguiu os caminhos dos reis de Israel, a ponto de passar seu filho pelo fogo.

4. Salomão, filho de Davi (1 Rs. 11): Casou-se com várias mulheres de fora do arraial do Senhor e deixou-se levar pela idolatria.

5. Roboão, filho de Salomão (1 Rs. 12): Não ouviu o conselho dos anciãos do reino e causou a divisão do reino de Israel em reino do Norte e reino do Sul.

Ou seja, o fato é que, quando o homem pensa que pode decidir as coisas por sua própria consciência, em geral acaba tendo grandes problemas. A Bíblia nos exorta a guardarmos a Palavra de Deus em nossos corações, para não pecarmos contra Ele (Sl. 119.11), nos ensina a reconhecer que tudo que somos, é devido ao Senhor (Cl. 1.1), nos mostra que Deus deseja que sejamos santos (1 Ts. 4.3a) e que não buscar seguir a nossa vida segundo a Sua vontade é insensatez (Ef. 5.17).

Contudo, devemos perceber que o adolescente só entenderá isso se for incentivado a conhecer a Deus e amá-lo. Se ele for forçado a seguir um grupo de regras, para manter as aparências, ou se for incentivado a ser um membro de igreja, quando vier a maioridade, ele poderá se achar no direito de experimentar as coisas da vida e pode acabar se desviando, gerando máculas em sua vida que podem não ser curadas sem uma grande ação divina e muito sofrimento e sacrifício de seus próximos.

Em breve, falaremos sobre a segunda fase de crise que os jovens sofrem em suas vidas: A entrada na universidade. A gente se vê.

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