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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Vale a pena amar ao próximo (Mensagens 24 e 29/01 - Lc. 10.25-37)

Vivemos dias difíceis no meio cristão. O pensamento capitalista pós-moderno tem como uma de suas características o culto ao indivíduo. Acabaram-se as verdades absolutas, vale a consciência da própria pessoa como lei. Nas escolas, vale a competição para ver quem tira a melhor nota. A prova substitui cada vez mais o trabalho em grupo e o de pesquisa. Mesmo os trabalhos em grupo acabam sendo, em geral, fracionados para que os indivíduos façam suas partes. No trabalho, a competição voraz leva a comportamentos canibalescos entre colegas de trabalho, cada um buscando um lugar melhor ao sol.

Este sentimento se introduziu terrivelmente dentro das igrejas evangélicas. Ovelhas brigam entre si por cargos de poder. Pastores dividem igrejas ou denominações para mandar nelas com sua visão. As mensagens deixaram de ter um cunho evangelístico e missionário para buscar a auto-ajuda. O amor ao próximo foi substituído pelo culto ao “eu”. Eu quero, eu exijo, eu tomo posse. Nesta briga do indivíduo, sobrou até para Deus.

É neste cenário que muitos realmente se perguntam se ainda vale a pena amar ao nosso próximo. Esta pergunta é instigante, pois a resposta não é tão óbvia. De fato, para alguns, não vale a pena ajudar ao próximo pois eles acreditam que os problemas e a “miséria” dessa pessoa pode passar para o ajudador, caso o faça. Esse pensamento não tem nenhum apoio bíblico, mas algumas ovelhas caem nessa esparrela por conta de pastores gananciosos, que pedem que as ovelhas “semeiem” ofertas em suas igrejas.

Porém, a minha resposta a esta pergunta é afirmativa. Sim, vale a pena ajudar ao próximo, e cito algumas razões para isso:

  1. Vale a pena amar ao próximo porque isso é ordenança divina: Lc. 10.27 (citando Lv. 19.18) mostra que Deus já ordenara que amássemos os nossos próximos. Em Levítico, Moisés cita que este mandamento é para aqueles que são “filhos do meu povo”, porém Jesus amplia na parábola do Bom Samaritano, mostrando que o próximo é aquele que se importa com o outro, independente de filiação. Isso significa que devemos ajudar aquele que está necessitado, independente de religião (Rm. 13.9,10).
  2. Vale a pena amar ao próximo porque isso traz intimidade com Deus: Mt. 5.43-44 afirma que devemos amar até nosso inimigo, pois isso nos torna filhos de Deus. Ou seja, praticar o amor por nossos inimigos nos torna íntimos de Deus pois mostra o quanto Deus nos amou, apesar de termos pecado e nos tornado “inimigos” dele no pecado.
  3. Vale a pena amar ao próximo porque isso gera comunhão no seu meio: 1 Co. 10.24 diz que cada um deve buscar o interesse do próximo, em vez de seu próprio. Quando isso acontece, as pessoas passam a observar e dar atenção aos outros, ouvindo-os e percebendo suas necessidades. (Rm. 15.1,2, Ef. 4.5).
  4. Vale a pena amar ao próximo porque isso nos ajuda a nos tornar semelhantes a Cristo: Ser cristão significa andar segundo os seus preceitos, condutas e ensinamentos. Jesus amou ao próximo, curando e cuidando das pessoas, independente de sua origem, sem cobrar ou esperar nada delas. Um dos aspectos do amor bíblico é o desinteresse pessoal  (Ef. 5.1-2).
  5. Vale a pena amar ao próximo porque isso nos ajuda a fazer a diferença e sermos relevantes. Na história, os grandes homens que fizeram a diferença no mundo pensaram não em si mesmos, mas olharam para aqueles que estavam em situação de dificuldade. Foi assim com Paulo, que enfrentou perseguição e lutas por parte dos judeus para pregar o evangelho (2 Co. 11.23-30), foi assim com os mártires da igreja primitiva, jogados os leões, foi assim com homens como John Huss e Jerônimo Savonarola, lançados na fogueira porque pregavam a Bíblia e não seguiam os ditames de Roma, foi assim com John Bunyan, preso 12 anos por pregar o evangelho, com Lutero, preso por pregar a salvação pela fé, dentre tantos outros.
  6. Vale a pena amar ao próximo porque isso nos ajuda a espalhar o evangelho de Cristo. Hoje, vivemos uma crise em nossas igrejas, pois muitos que dizem ser cristãos não demonstram ter suas vidas transformadas, o que atrapalha a propagação do evangelho. Quando amamos nosso próximo como a nós mesmos, nos importamos com seu destino eterno assim como nos importamos com o nosso, mudamos nossas vidas e passamos a entender o que significa o verdadeiro evangelho de Cristo, vivo e transformador (1 Co. 13.1).

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