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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Diários de um pastor: Orando a todo momento

A vida de um pastor de tempo parcial pode ser muito interessante. Por possuir um emprego diferente do ministério, posso desfrutar de algumas situações bem inusitadas, que podem colocar a gente em situações onde nossa fé e nossas resistências são testadas.

Ontem, tive a oportunidade de viajar a trabalho, visitando uma fábrica de vidro. Esta fábrica, responsável pela produção de frascos para perfumes para as maiores empresas de cosméticos do Brasil, fica em São Bernardo do Campo, o que significa que tive que enfrentar a Ponte Aérea Rio-São Paulo, saindo do Aeroporto Santos Dumont para o Aeroporto de Congonhas.

Uma das coisas que sempre me deixa desconfortável é avião. Nunca fui fã de voar pelos ares em um tubo estreito de metal, rangendo e vergando ao sabor dos ventos (apesar de, hoje, saber que esta maleabilidade é o que faz o avião suportar as bruscas mudanças de pressão no ar e o sustenta). Há cerca de dois anos, passei por uma péssima experiência em um vôo para o sul do Brasil, quando o avião ficou sem teto para pousar devido ao mau tempo e quase tivemos que desviar para outra cidade. Desde então, o medo de subir em uma aeronave se intensificou. 

Antes de dormir, anteontem, orei muito a Deus, pedindo que Ele nos guardasse na viagem. É claro que sei que os planos Dele são insondáveis, que o pecado do homem é grave e que, seja por um ou outro, muitos irmãos em Cristo já sofreram fatalidades nos ares. Contudo, sempre busquei ser honesto com o Senhor em minhas preces, por isso deixei claro: Estava com medo e queria que Ele nos abençoasse com um voo tranquilo.

Mesmo sabendo que o tempo estava claro no Rio e provavelmente abriria em SP, no ato da decolagem, comecei a orar, pedindo que o Senhor nos guardasse. Foi então que lembrei de um texto conhecido de alguns, muito usado por vários missionários para acompanhá-los em suas longas viagens marítimas em direção a terras desconhecidas. "O SENHOR guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre" (Sl. 121.8). Nesta hora, chutei o balde da exegese e fiz a mesma oração: "Senhor, guarda minha entrada e saída, pois somente em Ti confio". Graças a Deus, a viagem foi tranquila, tanto na ida quanto na volta, e pudemos desfrutar de um restante tranquilo de noite.


Quando concluí a oração, percebi algumas coisas:


1. É fácil orarmos quando precisamos de algo de Deus, mas dificilmente vivemos uma vida de oração: Por que não oramos mais? Não pedimos calma, em nossos momentos de estresse? Não pedimos serenidade, nos momentos de agitação? Não pedimos orientação, a cada decisão que precisamos tomar? 


2. É fácil orarmos pedindo a bênção de Deus, mas quase sempre nos esquecemos de agradecer a Ele pela resposta: Quando estamos com dificuldades, rapidamente nos lembramos de Deus. Porém, quando estamos bem, dificilmente gastamos tempo agradecendo a Deus pela vitória, pois sempre botamos novos desejos e vontades na frente. O pedido acaba sempre com precedência, sobre o agradecimento.


3. É fácil orarmos por nós mesmos, mas nunca lembramos de orar por nossos irmãos que precisam mais de nossa intercessão: Eu pedi que Deus me guardasse, mas e quanto aos outros passageiros? Quer dizer que, se o avião caísse, seria válido pedir ao Senhor que só salvasse a mim? 


A conclusão que cheguei, ao enfrentar este pequeno momento de aflição em minha vida, é que preciso aprender a orar. Aprender a orar mais, melhor e pelos motivos certos. Tenho certeza que posso abençoar muito mais vidas fazendo isso do que vivendo a vida protocolar de oração noturna, pedindo pelas minhas próprias e pequeninas necessidades. É como diz John Maxwell: Para ter uma boa perspectiva do mundo, saia do seu próprio e veja o dos outros. 

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