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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Os desafios da juventude: Parte 2/5: A universidade

Como vimos anteriormente, a maioridade é o primeiro momento de crise que um jovem passa em sua vida. Para um jovem cristão, questionar as regras que lhe foram impostas pelos pais durante seu período de educação pode levar a inúmeros problemas de relacionamento. É nesta fase que os jovens começam a questionar se devem ou não ir à igreja. Muitos começam a perceber a vida religiosa como algo sem graça, sem gosto. Contudo, o temor por vezes resiste, pois ainda lhes falta conhecimento de outras visões de mundo.

Quando ingressam no meio acadêmico, porém, os jovens enfrentam seu segundo grande momento de crise. Ainda muito jovens e por vezes mal discipulados, nossos pequenos adultos ingressam em um mundo onde a fé não tem lugar. De todos os lados, a universidade enfrenta a visão conservadora do mundo cristão. As tentações são muito grandes, confrontando o jovem e levando-o muitas vezes a tomar decisões das quais se arrependerá profundamente.

A primeira tentação que surge na universidade é a bebida. Em quase todas as faculdades brasileiras, a recepção aos novos alunos se dá através de brincadeiras conhecidas como "trote". O objetivo destas ocasiões, afirmam os seus organizadores, é para criar um vínculo com os alunos mais velhos, os "veteranos", e gerar um falso sentimento de respeito por parte dos "calouros" por aqueles que estão mais avançados no meio. Contudo, o objetivo real é apenas um: Explorar o trabalho dos calouros para arrecadarem dinheiro para a "chopada", a festa de começo de período onde a bebida é liberada e a galera faz a festa.

Com a primeira festa, surge a tentação da pertença: O recém-jovem, ainda com a mentalidade adolescente, dificilmente entra nesta fase com um caráter individual perfeitamente moldado. Muitos entram na universidade ainda precisando encontrar grupos para se afirmarem. O problema é que, neste meio, encontra-se pessoas de todos os tipos, índoles e comportamentos diferentes. Drogas, álcool, tudo rola solto. Basta procurar que se encontra. E o sentimento é de total rebeldia contra os adultos, a quem os jovens passam a ver como tiranos autoritários. Ou seja: Para pertencer, é preciso transgredir, e para transgredir, vale tudo.

Neste anseio pela transgressão, muitos jovens sucumbem à terceira tentação: O sexo. Na universidade, o único comportamento relacional aceitável é o relacionamento superficial e ativo sexualmente. Quem adota postura diferente, quem diz que "está se guardando" ou que ainda é virgem é visto como um completo alienígena, sendo muitas vezes execrados. O problema é que, na academia, trabalhos de grupo são muito incentivados, e, na ânsia de manterem boas relações para conseguirem sobreviver às duras tarefas, alguns jovens resolvem mudar suas posturas e se entregar completamente ao pecado. 

Alguns ainda tentam resistir, apegando-se aos ensinamentos que obtiveram durante seu tempo de adolescente nas igrejas. Porém, em várias aulas, eles são confrontados por professores ateus, adeptos de filósofos como Karl Marx e Friedrich Nietzsche, ou de cientistas como Sigmund Freud, sendo obrigados a ouvir, decorar e aprender as teorias destes e de outros homens, que abominavam a religião estabelecida e a fé em qualquer coisa que fosse transcendente. Neste confronto, muitas vezes tais alunos são humilhados por professores egocêntricos, que se alimentam do desespero e desilusão destes jovens. São poucos os jovens com a maturidade suficiente para perceber que tudo o que estes homens fizeram foi questionar a realidade vigente e teorizar sobre o mundo, algo de que eles tinham direito, mas que não os tornaram pais da verdade.

Ou seja, durante os 4 ou 5 anos de convivência com o meio acadêmico, nossos jovens muitas vezes são obrigados a conviver com professores humanistas, colegas de turma completamente desorientados e as piores tentações que o mundo pode oferecer. Muitos entram, porém poucos saem completamente ilesos deste meio. 

Não defendo, contudo, que o jovem simplesmente não deve entrar neste meio. Pelo contrário, acredito plenamente que todos devem investir na possibilidade de terem uma educação superior. Porém, para encararem estes desafios, devem ousar:

1. Evitar as más companhias, pois elas não acrescentam em nada (Sl. 1.1)
2. Aferrar-se à Palavra de Deus, meditando nela diariamente par alimentar sua vida espiritual (Sl. 1.2)
3. Não confrontar os professores, mas sim colocar na prova exatamente o que eles querem, sem necessariamente acreditar que aquilo é uma verdade substitutiva à Palavra de Deus (2 Tm. 2.23, Pv. 13.10). 

Na próxima, estaremos falando sobre o terceiro momento de crise pelo qual um jovem passa: A entrada no mercado de trabalho. Aguardem.

4 comentários:

  1. Perdoa-me, mas no meu muito pouco entendimento, discordo de alguns pontos. Caso esteja errada, tenho sede de aprender, corrija-me, por favor.
    1- Quando um jovem realmente está convertido a Jesus e bem alicerçado, ele será benção e mostrará aos jovens incrédulos a diferença de ter e não ter Jesus. Em João 17.14-20 Jesus fala sobre "viver no mundo e não pertencer a ele". Vejo hoje um despreparo de alguns líderes em orientar os jovens e esclarecer muitas dificuldades e adversidades que enfrentarão, mas que terão que passar para o crescimento espiritual. 2 -Concordo e acrescento que muitas igrejas não estão ajudando nesta área. Estão cobrando dos jovens atitudes que nem os próprios líderes estão cumprindo. 3 - Concordo e acrescento que tem que haver também ajuda dos pais para esta área. Não confrontar superiores faz parte da educação de um jovem. Acrescento que não está havendo diálogo entre, pais, filhos e igreja. Esta união tem que ser muito bem ajustada, para não haver surpresas desagradáveis no futuro. Tenho conversado com muitos jovens fora das igrejas e cheguei a conclusão que o despreparo é muito grande de diversas igrejas. Estão cobrando dos jovens uma maturidade que eles não tem. Poucos são os jovens que entendem seu propósito diante de Deus e da igreja. A linguagem dos jovens hoje é diferente. Falam para eles que não podem beber e não explicam o porque. Falam que não pode fazer sexo antes do casamento e não explicam o porque. Sinto muito, mas vai ficar muito difícil de manter os jovens dentro de uma igreja. Um exemplo: Quando um pastor leva a mensagem para igreja, ele não diz onde está na bíblia o que Deus revelou a ele? Quando algum jovem me pergunta algo e eu vou explicar , eu falo que tudo pode, e explico o porque não fazer e as consequências de fazer. Eles me ouvem e entendem. Muitos dizem pra mim: "Agora entendi...". Tenho orado muito para igrejas levantarem pastores que realmente seja consagrado por Deus e não por homens. Novamente me perdoe, mas estou no meu limite de ver tantos erros e tantas vidas fora da presença de Deus por ignorância de muitos. Que a paz do Senhor seja contigo e Deus o abençoe.

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    1. Prezada Ivana,

      Não há porque pedir perdão por comentar ou discordar aqui. Comentários são sempre bem vindos e o diálogo é sempre estimulante.

      Sobre o ponto 1, que você discordou, eu entendo como você, que um jovem bem alicerçado tem plenas condições de mostrar que é diferente para os seus companheiros de faculdade e influenciá-los positivamente. Conheço alguns casos pessoalmente.

      Contudo, vale notar que as más companhias são aquelas que, como o Salmista comenta, tentam aconselhá-lo a trilhar caminhos torpes, ou que se reunem para denegrir o evangelho e seus seguidores. Estas companhias não acrescentam nada ao cristão, devem ser evitadas, a não ser que não haja solução (trabalhos de grupo, por exemplo).

      O fato é que o jovem, para poder se manter firme no evangelho na universidade, precisa afirmar sua identidade cristã e não se deixar influenciar pelas atitudes dos maus elementos (aqueles que fazem das drogas, bebida e sexo livre a sua vida). Lembrando apenas que não é porque o camarada é ou não crente que ele é ou não um bom ou mau elemento...

      Quanto aos demais comentários, concordo plenamente com você. Tem muito líder que tenta impor ao jovem uma vida espiritual que ele não segue, e tem muito pai ausente que não educa seus filhos. A grande questão é que os líderes de jovens precisam ter esta consciência, de que estão lidando com pessoas com caráter ainda em formação, sendo lançadas em um meio social totalmente novo e liberal, para poderem, através do diálogo e do estudo, ajudar na sua caminhada cristã.

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    2. Deus a abençoe ricamente, Ivana, e obrigado pelo comentário.

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  2. Amém!
    Obrigada pelo carinho e atenção.
    Tenho 2 filhos adultos e um adolescente, e vejo de perto o que os jovens tem enfrentado. Conheço jovens fora da igreja e jovens que estão na igreja. Converso com ambos e tenho um diálogo aberto com todos, e por isso quis dar minha opinião.
    Mas uma vez obrigada e que Deus o abençoe e o livre de todo mal. A paz!

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