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sábado, 14 de setembro de 2013

Autoridade Pastoral – As falsas fontes – Estatísticas

Muitas pessoas entendem que os números demonstram o sucesso de um pastor, sua qualidade espiritual, e por isso devem gerar obediência a ele. Tal visão é alimentada por muitos pastores, que gostam de afirmar seus ministérios a partir de números grandiosos, que quantificam a qualidade de seu trabalho. Ao usarem estas afirmações, conseguem convencer a igreja de que eles sabem o que estão fazendo, permitindo que a igreja se entregue nas suas mãos. 

Nas minhas andanças, já ouvi alguns parâmetros sendo utilizados por pastores que desejam afirmar seus ministérios e suas ideias. Os principais foram:

1. Aumento de membresia
2. Aumento de receita de ofertas
3. Grande número de materiais promocionais vendidos (livros, CDs, DVDs)

Quando observamos estes parâmetros, percebemos a sua falsidade por conta da quantidade de pessoas com doutrinas espúrias, intenções maliciosas e comportamentos aviltantes ao evangelho que demonstram sucesso nestas categorias.
Igreja grande, por exemplo, não é sinônimo de igreja saudável. Temos inúmeros exemplos disso no meio evangélico hoje. É muito fácil encher igreja: Basta uma “teologia da vitória”, da bênção, da prosperidade, para que as galerias abarrotem. Por isso as comunidades com mais fiéis hoje são as que professam a Teologia da Prosperidade, que sabemos ser espúria e antibíblica nos padrões pregados hoje.

Aumentar a receita de ofertas também é fácil, em um ambiente em que a pessoa é levada a crer que “é dando que se recebe”, ou seja, você só pode receber as bênçãos de Deus em sua vida se ofertar na igreja. Apelando para a ganância do ser humano, que deseja alcançar padrões de vida irreais apresentados pela mídia, muitos pastores vendem um evangelho barato, conseguindo assim grandes façanhas de arrecadação. E aí vale tudo, até falar pro povo vender seus carros para doá-los à igreja, para a obra missionária, para o ministério do fulano de tal, etc. Se a resposta da oferta for o aumento da receita da pessoa, a oferta será rapidamente concedida.

A venda de materiais promocionais também não pode ser considerada um fator de que o ministro possui uma qualidade ministerial que indique que ele sabe mais das coisas e, por conseguinte, gere obediência absoluta. Sabemos que o povo lê e ouve aquilo que lhe agrada. Se o material for de estilo semelhante ao acima, se a pessoa for instada a abençoar o obreiro, em troca de ser futuramente abençoado, os números de vendas de seus produtos será enorme. Além disso, muita gente escreveu e vendeu muitos livros que possuem das piores heresias. Isso nos mostra que é preciso extremo cuidado com tal argumento.

- Mas pastor, o Pr. Fulano me disse que fez a igreja quadruplicar de tamanho em 10 anos, quintuplicar a receita em 5 anos e já vendeu 15 mil livros. Ele deve saber o que faz, não?

Não necessariamente, prezado leitor. Se estes parâmetros fossem sinônimo de qualidade espiritual, teríamos que aceitar que Valdemiro Santiago (igreja de 150 mil membros em Campinas), Edir Macedo (construindo uma cópia do Templo de Salomão por 200 milhões de reais em São Paulo) e Paulo Coelho (com centenas de milhões de livros vendidos no mercado) seriam fontes plausíveis de autoridade. O que nos faz criticar os três? Exatamente isso que você pensou, e que iremos tratar mais à frente, quando falarmos sobre as verdadeiras fontes da autoridade pastoral. Mas ainda trabalharemos mais dois tópicos até lá: Experiência e Poder. A gente se vê.

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