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sábado, 14 de setembro de 2013

Autoridade Pastoral - Panorama atual

Nos dias de hoje, não é difícil encontrar pessoas machucadas deixando igrejas evangélicas em geral por conflitos com a liderança e, em especial, com o pastor da igreja. São situações em que, muitas vezes, o pastor decidiu impor sobre a ovelha a sua autoridade em questões diversas, buscando prevalecer a sua vontade em detrimento do pensamento do membro da comunidade.

Existem inúmeros argumentos utilizados por tais pastores para fazerem valer sua vontade. Vejamos abaixo alguns deles:

1. O pastor é o "ungido do Senhor" e não pode ser questionado, tocado ou perseguido: Este argumento utiliza-se da figura veterotestamentária aplicada aos reis de Israel (mais especificamente a Saul), aos profetas e sacerdotes para impedir que haja qualquer tipo de oposição à liderança pastoral. Em geral, tais pessoas usam a postura de Davi em relação a Saul como exemplo de conduta em nossas igrejas. Esta visão é defendida em obras como "Perfil de três reis", de Gene Edwards.

2. O pastor é o presidente da igreja. Como tal, responde civilmente perante a sociedade. Logo, deve ter liberdade para tomar suas decisões: Este argumento é utilizado em algumas igrejas onde o pastor deseja ter mais liberdade de conduta e agilidade de decisão. Argumentam estes colegas que não podem aceitar que a assembleia tomem determinadas decisões porque elas podem ser ilegais ou ir contra a sua consciência, portanto eles precisam desta liberdade de ação.

3. O pastor deve ser obedecido por ser a autoridade instituída por Deus para a igreja: Este argumento é utilizado com base no texto de Romanos 13 para justificar que um pastor deve ser obedecido mesmo que tenha erros. O paralelo é com as autoridades civis romanas, ímpias, que Paulo dizia que os cristãos deviam obedecer.

4. O pastor deve ser obedecido porque assim a Bíblia manda: Hb. 13.17 é um texto bem interessante, pois é o texto que afirma diretamente que as pessoas devem obedecer a seus pastores, porque eles velam pelas almas das ovelhas. Muitos colegas se utilizam dele diretamente para que suas ordens sejam acatadas indiscriminadamente.

5. O pastor deve ser obedecido por ser a "cobertura espiritual" dos demais líderes e irmãos da igreja: Esta teologia, originada no movimento G12, afirma que os líderes formam, na pirâmide gerencial, coberturas sobre os seus liderados. O pastor (apóstolo, patriarca), como líder máximo, exerce cobertura espiritual sobre todos. Ir contra ele é um pecado mortal.

Estes são apenas alguns argumentos que vem sendo utilizados para que pastores possam subjugar suas comunidades, impedindo que elas possam expressar suas ansiedades e colaborem no direcionamento da congregação.

A pergunta que você pode estar fazendo é: E daí? É assim mesmo que devemos entender a questão, certo?

Errado! Como veremos a seguir, nenhum destes argumentos acima pode ser utilizado para justificar uma obediência cega ao pastor da igreja. São argumentos humanos, criados por indivíduos que não conseguem lidar com a oposição e criam mecanismos humanos para blindar seus ministérios de questionamentos.

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