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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

10 passos para uma igreja melhor: Passo 5: Foco nas pessoas, e não em coisas (At. 2.42-46)

Boa tarde, amigos e irmãos leitores. Até agora, tivemos a oportunidade de vencer quatro passos em direção a uma igreja melhor, mais saudável. Vimos que uma igreja saudável, segundo os parâmetros bíblicos, deve ser missionária, dependente do Espírito, bibliocêntrica e sincera. Hoje, veremos que uma igreja saudável é uma igreja que tem suas prioridades corretamente direcionadas.

As igrejas modernas são conhecidas por investirem milhares, às vezes milhões de reais, em infraestrutura. A cada dia que passa, templos cada vez mais grandiosos surgem no horizonte das cidades. No bairro do Brás, em São Paulo, ficam atualmente a sede da Igreja Mundial do Poder de Deus, com 10.000 lugares, a Assembléia de Deus do Brás-Madureira (Pr. Samuel Ferreira), para 5.000 fieis, e uma catedral da Igreja Universal do Reino de Deus para 4.000 pessoas, além de ser o futuro local de construção do Templo de Salomão, custeado com recursos dos dízimos e ofertas de fieis da IURD de todo o Brasil (o valor orçado está acima de 200 milhões de reais).

O grande problemas das igrejas, hoje, é falta de visão. Investe-se muitos recursos para construção de templos faraônicos, porém não se pensa muito em investir recursos nas pessoas que visitam e congregam nestas igrejas. Com isso, algumas comunidades acabam morrendo por não conseguirem pagar suas dívidas, como a Igreja Renascer, no Brasil, e a famosa Catedral de Cristal, igreja americana que, com mais de 40 milhões de dólares em dívidas, terá que ser vendida para uma paróquia católica.

Quando voltamos no tempo e conhecemos a igreja primitiva, percebemos que o sistema de congregação deles era diferente. Em Atos 2.42-46, percebemos que a igreja primitiva oravam no templo, porém “partiam o pão”, ou seja, mantinham a comunhão, nas casas de algumas pessoas. Além disso, as pessoas vendiam suas propriedades e bens para distribuir com aqueles que não tinham condições de receber.

O que percebemos, como princípio deste texto, é que a igreja era atenta muito mais às pessoas do que a coisas. A ideia de congregar em catedrais e templos dedicados ao cristianismo surgiria apenas no séc. IV, quando o Cristianismo tornou-se uma religião tolerada pelo Império Romano com a conversão do imperador Constantino. Portanto, ao longo de 300 anos, a igreja se preocupava muito mais com as pessoas que se juntavam à comunidade do que o local onde estas pessoas seriam posicionadas.

É claro que este princípio deve ser contextualizado. Nós vivemos em uma sociedade muito mais complexa e competitiva, e tentar viver na forma como o povo vivia no primeiro século é algo utópico. Porém, podemos pensar em algumas ações práticas para implementar este princípio em nossas igrejas:

1.     Uma igreja sadia busca minimizar as diferenças e necessidades sociais de seus membros e seu entorno: É inadmissível, em uma comunidade cristã que diz que ama o próximo como a si mesmo, ter pessoas com mesas fartas e pessoas passando necessidades. Sabemos que isso acontece em algumas igrejas grandes, por isso a ação social deve trabalhar firmemente, sem interesse de trocar bolsas de alimentos por presença em culto. O Espírito não precisa de artimanhas para tocar nos corações das pessoas. Se alguém se converter, não será porque foi forçada a assistir o culto.

2.     Uma igreja sadia trabalha a sua infraestrutura de forma consciente: De que adianta um equipamento de som de última geração se o telhado está condenado? De que adianta assentos acolchoados caríssimos, se a igreja não evangeliza para preenchê-los? De que adianta construir uma igreja para 2.000 membros se a frequência dominical é de 500 pessoas, ou um templo de ouro e marfim sem estrutura de salas para educação religiosa? Uma igreja possui diversos departamentos vitais e que devem ser vislumbrados quando é feito o investimento.

3.     A igreja deve prestar atenção às necessidades dos seus freqüentadores: Estacionamento, em muitas igrejas, é vital. Em outras, o berçário é importantíssimo. Em locais quentes, o ar condicionado é indispensável. Já em locais frios, o aquecimento interno pode ser útil. O que importa é que uma igreja não pode dispensar o conforto (sem opulência ou exageros) para as pessoas que a frequentam.

4.     A igreja deve priorizar investimentos funcionais: Em muitas comunidades, os percentuais de investimentos em equipamentos de som e conforto no salão ultrapassam o valor dos investimentos em ministérios vitais para a permanência do fiel, como o ministério infantil, ministério com adolescentes e berçário. Se uma igreja deseja um crescimento saudável, deve prestar atenção nos pequenos, os que não têm condições de dizimar hoje, mas que poderão, no futuro, ser grandes líderes da comunidade.

Conclusão

Ao analisar o estado das igrejas de hoje, percebemos que muitas preferem investir em templos físicos, salões enormes, construções imponentes, sem pensar nas pessoas que utilizarão as dependências. A glória de Deus não se observa no tamanho dos templos, e sim nas vidas transformadas dos fieis que congregam ali. É por isso que uma igreja sadia não pensa primeiro nas coisas que pode comprar ou construir, mas sim nas pessoas que utilizarão aquelas coisas para a propagação da mensagem do evangelho. Se uma igreja consegue manter este foco, ela certamente terá grandes chances de crescer com saúde e firmeza.

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