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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

10 passos para uma igreja melhor: Passo 6: Colaboração (At. 11.27-30)

Olá, prezados leitores e irmãos. Nos últimos dias, estudamos cinco passos para uma igreja melhor, mais sadia. Hoje, iniciamos a segunda metade de nossa série. Espero que gostem.

Um dos hobbies favoritos de um pastor costuma ser a leitura. Seja da Bíblia, seja de livros ou revistas, os ministros do evangelho costumam ser ensinados a ler desde o Seminário, pesquisando sobre diversos aspectos. Em uma dessas leituras, um pastor defendeu uma postura curiosa e recente nos EUA: A retirada, do nome da comunidade, da denominação à qual a igreja pertence. A ideia era a de retirar da cabeça das pessoas possíveis preconceitos quanto àquela igreja. Ou seja, fieis que não desejassem se associar a uma igreja X ou Y não rejeitariam aquela comunidade sem ao menos conhecê-la de perto.

O problema com esta postura é que ela aponta para um dos maiores problemas da igreja hoje: A denominaciolatria. Esse neologismo significa que muitas pessoas e igrejas esqueceram o seu propósito ao se associarem e passaram a tratar-se como pequenas seitas, guetos religiosos onde somente os seus membros são os verdadeiros guardiães da sã doutrina (e, em alguns casos, os únicos salvos por Cristo Jesus). Em troca da (justa) busca por uma identidade, várias denominações esqueceram-se do seu propósito principal, que deveria ser levar as pessoas a conhecer a Cristo, independente se elas ficarão ou não, afinal, uns pregam, outros colhem (1 Co. 3.6).

No outro extremo, temos histórias de igrejas que nasceram ou vivem à margem da denominação. Os motivos são inúmeros: Discordâncias quanto aos rumos que a associação toma, liderança egocêntrica, egoísmo comunitário. Já ouvi, certa vez, relato de um professor de seminário que ouviu de um aluno que ele estava ali porque “gostaria de ter o seu ministério”. Este aluno, com sua fala, acabou ilustrando o que acabamos de mencionar.

O fato é que a igreja primitiva agia de forma diferente das barbáries que vemos hoje neste sentido. Em Atos 11.27-30, vemos uma situação em que os habitantes da Judéia foram avisados de uma grande fome. Graças à intervenção de um profeta, chamado Ágabo, a igreja de Antioquia enviou recursos para o sustento da comunidade cristã da Judéia, permitindo que o centro do Cristianismo primitivo permanecesse vivo e íntegro. Essa atitude de Ágabo e da igreja de Antioquia nos remete a alguns princípios que devem nortear a relação entre as comunidades:

1.     Igrejas devem se reunir não por doutrina, mas por auxílio: Eu fico muito intrigado, às vezes, com a relação entre as megaigrejas e as igrejas mais pobres. Muitas vezes, vemos igrejas extremamente carentes, sofrendo para sustentar seus ministros, sem a menor condição material de manter um trabalho de educação cristã ou discipulado entre seus membros. Na ânsia de aumentar seus quadros de membros, as igrejas maiores ignoram as mais frágeis, levando a uma concentração de renda e membresia que lembra a distribuição de renda em nosso país.

Isso, muitas vezes, se deve ao processo equivocado de organização de uma igreja, especialmente no modelo congregacional, onde solta-se uma comunidade sem a menor estrutura à sua própria sorte. Há solução para isso, porém não é simples. Depende de muita conversa entre os líderes de cada igreja, para saber o que cada uma precisa e o que outras possuem para ceder. Desta forma, as igrejas conseguiriam se ajudar e trabalham em conjunto para aperfeiçoar a qualidade do serviço na obra de Deus para o alcance dos incrédulos.

2.     O auxílio deve ser dentro das possibilidades de cada um: Muitos líderes, na tentativa de exortar suas igrejas a ajudar na obra, acabam causando sérios problemas para suas comunidades. Às vezes, os motivos são nobres, porém, em outras oportunidades, os motivos são escusos (motivação política ou econômica, interna ou externamente à denominação). Na ânsia de fazer com que suas igrejas apareçam, acabam quase extorquindo seus fieis, pedindo ofertas cada vez mais altas sem uma finalidade aparente. Isso não é bom, pois torna a igreja em uma mera arrecadadora de recursos, quase como uma ONG.

3.     O sustento de todos começa com o sustento do todo: Muitas comunidades enfraquecem suas denominações por não contribuírem com ela. A denominação é a forma moderna de ajuda mútua entre igrejas que possuem uma mesma identidade. Líderes de várias igrejas sentam em conjunto para decidir formas de alavancar o processo de pregação do evangelho em áreas ainda não alcançadas. Devido a isso, a ajuda à denominação acaba ajudando as igrejas menores.

Um clássico exemplo é o da Convenção Batista Fluminense. Graças ao apoio que recebe das suas igrejas filiadas através do Plano Cooperativo, a Convenção oferece apoio de volta, sendo um dos mais interessantes a oferta de literatura de Escola Bíblica Dominical gratuitamente. Esta ajuda pode não parecer muito para igrejas grandes, porém, para igrejas pequenas e congregações, este apoio é vital para sanear as despesas iniciais e ajudar a igreja a melhor se gerir.

Conclusão

Uma igreja, para ser mais sadia, deve se relacionar com as demais igrejas do seu entorno e que professam a mesma identidade. É um relacionamento semelhante ao que Jesus disse para o homem: Se Ele nos mandou amar o próximo como a nós mesmos, devemos adotar esta postura não somente como cristãos, mas também como igrejas. Se crescemos como cristãos ajudando o próximo e recebendo esta ajuda, devemos também exercitar esta postura como comunidades. Somente desta forma, entendendo que participamos de algo maior do que nós, conseguiremos entender a visão que Cristo tinha para a sua igreja e poderemos amadurecer como cristandade.

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