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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Vivendo em um mundo reverso (1 Tm. 4.1 e 2 Pe. 3.3,4)

Viajar em transportes coletivos pode ser uma forma bem interessante de entender como está a sociedade nos dias de hoje. Basta pegar um metrô do Centro para a Zona Norte do Rio de Janeiro para perceber como a população torna-se uma entidade animalesca, ultrapassando as restrições do subconsciente aos nossos instintos, que insistem em aflorar a cada momento em que nossas emoções são despertadas pelo choque com o mundo frio e cruel.

Entretanto, enquanto realizava algumas de suas viagens para trabalhar, minha esposa pode vivenciar um fenômeno que tem assolado nossa sociedade há gerações, mas que parece estar piorando a cada dia: A inversão de valores. No mundo em que vivemos, não apenas parece haver uma ausência de verdades morais que norteiam o caminhar da população, mas sim uma completa subversão de suas mentes, fazendo-os agir contra todo aquele que mantém uma visão sadia e regrada da vida.

Os exemplos deste fato são variados, mas possuo dois para contar a vocês, amados irmãos e leitores. São fatos que podem parecer pequenos, mas que mostram bem como anda a nossa sociedade.

Primeiro, há algumas semanas, minha esposa estava em um ônibus quando um passageiro, embriagado, começou a brigar com um motorista que havia se atrasado porque ele estava substituindo um colega faltoso. Durante a confusão, as pessoas não se preocuparam com o bêbado que insistia em infernizar a vida do condutor do veículo, mas sim com o motorista, por ele estar pedindo para o ébrio sentar e se acalmar. Quando decidiu chamar a polícia para extrair o elemento do ônibus, os passageiros começaram a defender o bêbado e a criticar o motorista, exigindo que outra pessoa conduzisse o veículo. A situação só se resolveria tempos depois, atrasando a viagem, porém a postura dos passageiros ficou nítida: A vítima era o pinguço, e o culpado do estresse era o pobre do piloto.

Em outra oportunidade, a confusão se deu porque um motorista, da mesma viação, resolveu dirigir e falar no celular ao mesmo tempo. Todos sabem do perigo que é você dirigir apenas com uma mão (além de ser um ato passível de multa), e mesmo sendo um celular de rádio, ainda assim o risco de acontecer algo enquanto o condutor estivesse com apenas uma mão no volante era enorme. Uma passageira criticou o condutor, com razão. Porém, na saída dos passageiros, uma outra moça se dirigiu ao motorista e o elogiou pelo serviço bem feito! Com essa palavra, ela invalidou a crítica correta da outra e ainda cristalizou na mente do motorista a ideia de que está tudo bem em dirigir um veículo automotor com um celular na mão!

Talvez você já tenha passado por uma situação parecida: Alguém faz algo errado, outra pessoa tenta corrigi-la e as pessoas em seu entorno criticam aquele que fez a admoestação, defendendo aquele que está agindo equivocadamente. É impressionante, mas esta situação ocorre com uma enorme frequência. Isso acontece até mesmo na igreja. Conheço uma situação em que um líder de adolescentes descobriu que uma das moças, participante do grupo de coreografia, teria “ficado” com outra moça. Ao mencionar o fato à mãe (também evangélica), ouviu que ele não tinha o direito de criticar a jovem e que ela tinha o direito de fazer o que quisesse! Em outro caso, um pastor tentou conduzir uma equipe de louvor, por tocar uma música com a qual ele não concordava, e acabou causando um rebuliço na igreja onde ele quase foi demitido.

O fato é que as pessoas, nos dias de hoje, querem ter a liberdade para fazer o que bem entendem e se ressentem daqueles que tentam colocar um pouco de ordem na bagunça. São aquelas que xingam os policiais de trânsito por multá-las, apesar delas terem andado no acostamento sem poder. São aquelas que batem nas professoras que ousaram dar uma nota vermelha ou uma advertência a seus filhos. São aquelas que batem no pastor na porta da igreja porque ele quer encerrar um projeto que elas defendem, ou que ameaçam bloquear seu salário (seu único sustento, muitas vezes) porque ele ousou pregar contra o pecado que ele possui escondido.

Isso não é novo. Paulo comenta a Timóteo que, nos últimos tempos, muitos apostatariam da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios (1 Tm. 4.1). Outros, por não acreditarem em Cristo, vivem segundo suas próprias concupiscências, escarnecendo daqueles que tentam professar uma vida segundo valores universais, eternos (2 Pe. 3.3,4). Apesar disso, não devemos aceitar este tipo de comportamento. Devemos, sim, continuar a viver uma vida digna, correta, trabalhando para proclamar os valores que Cristo nos passou em seus três anos de ministério. Desta forma, agindo segundo seus ensinamentos e profetizando contra as mazelas deste mundo, poderemos fazer a nossa parte na árdua tarefa de entregar a nossos filhos um mundo melhor do que o mundo em que vivemos.

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