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sexta-feira, 10 de junho de 2011

Breves Reflexões - Romanos 1 - Parte VI: Rm. 1.20-32

Bom dia, pessoal, tudo bem? Enfim encerramos o capítulo 1 de Romanos. De uma tacada só, leremos e meditaremos sobre os versículos 20 a 32. Leiam com atenção, pois é daqui que parte toda a teologia paulina da justificação pela fé. Deus os abençoe.

Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!










Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.

Este texto, apesar de razoavelmente grande, contém algumas ideias centrais que nos ajudam a entendê-lo como um todo:

1) O coração insensato (pecaminoso) do homem obscurece sua mente: Paulo argumenta aqui sobre o efeito do pecado do homem ao se afastar de Deus e não reconhecê-lo em sua essência. Por não ter a fonte da bondade norteando suas ações, o homem deixa-se levar pelas paixões humanas, carnais, e isto acabe fazendo com que sua mente, seu raciocínio, não o avisem do caminho de destruição que o homem está seguindo.

São muitas as histórias que vemos e ouvimos, de pessoas, colegas e até mesmo familiares que não admitem a correção, que acham que suas posturas erradas de vida são justificáveis. O efeito, acabamos vendo depois: Bebedeiras, gravidez precoce, doenças, drogas. O pecado faz a carne ultrapassar as amarras da razão humana, e sem Deus no controle, é impossível segurá-las por muito tempo.

2) O coração insensato e pecaminoso faz o homem desviar o foco de sua adoração de Deus para as coisas terrenas: Paulo trás à memória, no restante do primeiro parágrafo acima (até o v. 25 do cap. 1), os efeitos do pecado na religiosidade do homem: Afasta-se o homem do criador e começa-se a adorar as criaturas, ou criações.

Aqui, vale notar algo: No passado, o homem adorava as criações de Deus (sol, lua, estrelas, aves, animais, pessoas). Hoje, porém, notamos um aumento da adoração à criação do próprio homem, em especial a adoração ao dinheiro, aos bens materiais. Para os olhos de Deus, ambos são igualmente repugnantes, pois afastam o homem do Senhor. Lembrando o que Jesus disse: É impossível adorar a dois senhores: A Deus e às riquezas (Mateus 6.24, Lucas 16.13). Devemos tomar cuidado também com toda a religiosidade que prega um Deus utilitário, que só serve para nos dar riquezas, carros do ano e casas novas.

3) Deus permite ao homem o livre arbítrio de agir conforme a sua vontade pecaminosa: O mistério deste trecho é curioso: Vemos Paulo falando dos efeitos do pecado na vida do homem: Destrói-se a ordem natural dos relacionamentos (homossexualismo), vive-se uma vida egoísta e cheia de confusões. Ao mesmo tempo, ele fala que Deus entregou o homem às paixões infames, uma disposição mental reprovável.

Isso significa que Deus causou esta situação? Esta é a pergunta que muitos se fazem ao ler este trecho. Porém, a verdade é que precisamos entender este trecho sob a ótica do pecado do homem ao desobedecer a Deus e querer saber o que Deus sabia (o pecado original de Adão). Ao se afastar de Deus, o homem ficou livre para agir conforme o seu coração, e sabemos que o coração do homem é enganoso, que ele clama pelo prazer imediato (os psicólogos chamam isto de "instinto animal", ou "id"). Neste sentido, percebemos que Deus, como Pai amoroso, decidiu manter a liberdade ao homem dele agir conforme a sua cabeça, mesmo sabendo que isso lhe causaria dor e sofrimento. É como o pai que, às vezes, permite que o filho cometa erros para que ele aprenda.

A conclusão que Paulo quer chegar, ao terminar este trecho do livro, é:

1) O homem é pecador
2) O homem não tem desculpa de não conhecer a Deus para se declarar isento de seus atos conscientes de maldade
3) Deus permite que o homem siga a sua cabeça e erre, mesmo alertando-o seguidamente

Como todo homem é indesculpável perante Deus e todo homem é pecador, conseguiremos compreender a crítica de Paulo no capítulo 2, ao condenar o homem que julga o próprio homem pelos erros que comete.

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