Fonte: Ricardo Feltrin, para a Folha.com, extraído do blog Genizah Virtual
Não é por falta de criatividade que as igrejas deixarão de arrecadar dinheiro dos seus fiéis. Maior exemplo de inovação é o missionário R.R.Soares, líder da Igreja Internacional da Graça, que acaba de lançar uma nova modalidade de coleta de dízimo, por meio de débito automático em conta-corrente.
Segundo Soares divulgou em seu programa na Band, o membro da igreja poderá fazer suas doações mensalmente de forma mais prática. Para isso o fiel deve preencher um cadastro nos sites da igreja e passar seus dados bancários.
É o doador, afirma Soares, quem decide quanto quer doar. Quem se cadastrar, diz ele, ganha “um brinde de Jesus”, sem dizer o que é.
O missionário garante ainda que, se por acaso o doador não tiver saldo num determinado mês para dar o dízimo automático, ele não será debitado e “o fiel não será incluído no SPC ou no Serasa”. A doação mensal voltará a ser debitada no mês seguinte, sem acumular a que não foi paga.
Para criar o “dízimo em conta corrente”, a Igreja Internacional da Graça firmou parceria com Itaú, Banco do Brasil e Bradesco.
“Heaven Card”
Além do dízimo automático, o pastor R.R.Soares também lançou o cartão de crédito da Igreja Internacional da Graça de Deus. Entre outras vantagens, o cartão permite pagar as compras “em até 40 dias, financiar no crédito rotativo e fazer saques de emergência no Brasil e exterior”.
Segundo a igreja, o cartão “é mais uma forma de você contribuir com as ações e obras sociais da igreja”. Além da Internacional da Graça, a Universal e a Mundial também aceitam o pagamento de dízimos e doações por meio de cartão de crédito e débito. As operações são legais.
Romildo Ribeiro Soares, 64, é cunhado de Edir Macedo (casado com a irmã de Macedo, Maria Magdalena) e co-fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Deixou o parente por suposta divergência no final dos anos 70 e criou sua própria igreja em 1980.
Sua igreja tem negócios com várias emissoras, de quem compra horários, e também é proprietária de uma operadora de TV paga, cujos pacotes não oferecem nenhum canal que exiba cenas de violência, erotismo ou tenha linguajar chulo.
Comentário
Eu confesso que a reportagem, inicialmente, me trouxe fúria aos olhos. Como pode uma igreja se prestar a cobrar dos fieis, em débito automático, as ofertas que eles devem dar para suas igrejas? Parece-me mais uma forma mesquinha e estelionatária desses pastores neopentecostais arrancarem mais dinheiro de suas ovelhas.
Entretanto, parando para pensar, percebi que muitos de nós fazemos algo parecido. Atualmente, na denominação batista, existem planos de adoção missionária das Juntas de Missões Nacionais e Mundiais, onde pode-se estabelecer um valor mensal para contribuição e escolher pagar via boleto bancário ou debitar diretamente na conta corrente. Desta forma, garante-se o sustento mensal dos missionários na causa.
Acho que a fúria que tal cobrança nos causa vem muito da pessoa com pouca credibilidade que conhecemos e que pediu a oferta. Porém, gostaria de levantar a bola para discussões futuras: Seria ilegítimo adotar formas mais modernas do fiel contribuir com a igreja? Por exemplo, muitas já aceitam cartão de débito (de crédito sou contra, pois pode levar ao endividamento pessoal). Se o débito automático pode ser cancelado a qualquer momento, teria algum mal, se direcionado para fins claros, como construção, obra missionária ou trabalhos sociais? Poderíamos ir além e sugerir a cobrança do dízimo em débito automático ou mesmo débito autorizado?
Ainda não tenho posição definitiva quanto ao dízimo. Só aceitaria trabalhar com esta questão se a prestação de contas fosse extremamente rigorosa e transparente. Porém, quanto às ofertas específicas, não vejo mal na sugestão de formas alternativas de arrecadação de recursos e ofertas, desde que não haja pressão espiritual para fazê-las e que haja total, plena e irrestrita possibilidade do fiel desistir da oferta no tempo que desejar. E vocês, o que pensam?
Não é por falta de criatividade que as igrejas deixarão de arrecadar dinheiro dos seus fiéis. Maior exemplo de inovação é o missionário R.R.Soares, líder da Igreja Internacional da Graça, que acaba de lançar uma nova modalidade de coleta de dízimo, por meio de débito automático em conta-corrente.
Segundo Soares divulgou em seu programa na Band, o membro da igreja poderá fazer suas doações mensalmente de forma mais prática. Para isso o fiel deve preencher um cadastro nos sites da igreja e passar seus dados bancários.
É o doador, afirma Soares, quem decide quanto quer doar. Quem se cadastrar, diz ele, ganha “um brinde de Jesus”, sem dizer o que é.
O missionário garante ainda que, se por acaso o doador não tiver saldo num determinado mês para dar o dízimo automático, ele não será debitado e “o fiel não será incluído no SPC ou no Serasa”. A doação mensal voltará a ser debitada no mês seguinte, sem acumular a que não foi paga.
Para criar o “dízimo em conta corrente”, a Igreja Internacional da Graça firmou parceria com Itaú, Banco do Brasil e Bradesco.
“Heaven Card”
Além do dízimo automático, o pastor R.R.Soares também lançou o cartão de crédito da Igreja Internacional da Graça de Deus. Entre outras vantagens, o cartão permite pagar as compras “em até 40 dias, financiar no crédito rotativo e fazer saques de emergência no Brasil e exterior”.
Segundo a igreja, o cartão “é mais uma forma de você contribuir com as ações e obras sociais da igreja”. Além da Internacional da Graça, a Universal e a Mundial também aceitam o pagamento de dízimos e doações por meio de cartão de crédito e débito. As operações são legais.
Romildo Ribeiro Soares, 64, é cunhado de Edir Macedo (casado com a irmã de Macedo, Maria Magdalena) e co-fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Deixou o parente por suposta divergência no final dos anos 70 e criou sua própria igreja em 1980.
Sua igreja tem negócios com várias emissoras, de quem compra horários, e também é proprietária de uma operadora de TV paga, cujos pacotes não oferecem nenhum canal que exiba cenas de violência, erotismo ou tenha linguajar chulo.
Comentário
Eu confesso que a reportagem, inicialmente, me trouxe fúria aos olhos. Como pode uma igreja se prestar a cobrar dos fieis, em débito automático, as ofertas que eles devem dar para suas igrejas? Parece-me mais uma forma mesquinha e estelionatária desses pastores neopentecostais arrancarem mais dinheiro de suas ovelhas.
Entretanto, parando para pensar, percebi que muitos de nós fazemos algo parecido. Atualmente, na denominação batista, existem planos de adoção missionária das Juntas de Missões Nacionais e Mundiais, onde pode-se estabelecer um valor mensal para contribuição e escolher pagar via boleto bancário ou debitar diretamente na conta corrente. Desta forma, garante-se o sustento mensal dos missionários na causa.
Acho que a fúria que tal cobrança nos causa vem muito da pessoa com pouca credibilidade que conhecemos e que pediu a oferta. Porém, gostaria de levantar a bola para discussões futuras: Seria ilegítimo adotar formas mais modernas do fiel contribuir com a igreja? Por exemplo, muitas já aceitam cartão de débito (de crédito sou contra, pois pode levar ao endividamento pessoal). Se o débito automático pode ser cancelado a qualquer momento, teria algum mal, se direcionado para fins claros, como construção, obra missionária ou trabalhos sociais? Poderíamos ir além e sugerir a cobrança do dízimo em débito automático ou mesmo débito autorizado?
Ainda não tenho posição definitiva quanto ao dízimo. Só aceitaria trabalhar com esta questão se a prestação de contas fosse extremamente rigorosa e transparente. Porém, quanto às ofertas específicas, não vejo mal na sugestão de formas alternativas de arrecadação de recursos e ofertas, desde que não haja pressão espiritual para fazê-las e que haja total, plena e irrestrita possibilidade do fiel desistir da oferta no tempo que desejar. E vocês, o que pensam?
O problema é que o dinheiro recheia o bolso dos pastores que constam até em lista da forbes. Sou contra qualquer doação para igrejas, sou completamente a favor de doações diretas e trabalhos voluntários. Em nome de Deus e da fé cometem-se atrocidades e abusa dos menos favorecidos.
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