Há algumas semanas, escrevi um texto sobre a grande dificuldade do pastor de meio período de conseguir encontrar um tempo para descansar. Ao trabalhar de dia secularmente e, depois, dar expediente na igreja, seja atendendo, seja preparando a mensagem para domingo, o ministro acaba tendo grandes dificuldades para arranjar um tempo para gastar com sua família, gerando problemas que, inicialmente, podem ser pequenos, mas que podem se tornar mais volumosos com o correr dos anos.
Ontem, pude refletir bastante sobre o descanso semanal. Nos últimos 4 anos, foram poucas as oportunidades que tive para tirar um dia para não fazer nada. Foi em 2007 que comecei a trabalhar diariamente na rua, e também foi neste ano que comecei a ter aulas no Seminário do Sul. Além disso, nos primeiros anos, dava expediente quase semanal na igreja como líder da equipe de louvor. A partir de 2009, comecei a dividir meu tempo entre o Rio de Janeiro e Araruama, cidade onde minha noiva mora. Com isso, o tempo que eu podia gastar descansando se reduziu aos períodos de férias e eventuais feriados semanais em que eu resolvia ficar no Rio de Janeiro, e mesmo assim, durante as aulas, eu aproveitava estes dias para botar a matéria em dia.
Mesmo depois de me formar, as demandas por tempo mantiveram-se elevadas. Todo sábado, dou aula na igreja pela manhã. Duas vezes por mês, subo para Araruama imediatamente depois. No domingo, estou em dois turnos na igreja, não só assistindo os cultos, mas planejando atividades para a juventude e organizando o Instituto da Bíblia. É verdade, o tempo diário de relaxamento aumentou, com a liberação das minhas noites. Entretanto, o cansaço aumenta conforme os dias vão passando.
Pois bem. Ontem, após várias semanas, tive a oportunidade de tirar um dia apenas para vegetar. Liguei a TV e fiquei o dia inteiro vendo séries, filmes e programas esportivos. Sou bem eclético, por isso vi desde CSI:NY até o draft da NBA (esse, pela internet, pois não foi transmitido na TV nacional), passando pelo jogo entre Brasil e Austrália, pela primeira fase da Copa do Mundo sub-17. Foi um dia de paz e tranquilidade, em que pude relaxar a cabeça e esquecer um pouco as demandas da vida. Até mesmo uma breve faxina em meu apartamento ajudou no processo!
O fato é que, no final do dia, pude perceber o quanto o descanso semanal é necessário para nós. Não foi à toa que Deus instituiu o sábado. Ele o fez para abençoar o homem, para dar a ele condições de encarar o trabalho diário ao longo de sua vida. E o período de 7 dias, com um descanso semanal, foi provado pela história como sendo ideal: Quando, durante a Revolução Francesa, tentou-se mudar o calendário anual para um calendário de 10 dias, com uma folga a cada período, o índice de doenças relacionadas ao trabalho disparou, provavelmente por causa do estresse e cansaço elevado dos trabalhadores.
Ao completar o dia de ontem e chegar hoje ao trabalho, pude perceber que estava muito acelerado e precisando de um dia só pra mim, para esquecer um pouco a vida e me deixar levar. E este é meu conselho de hoje para todos os colegas pastores e seminaristas que estão por aí, na luta em suas igrejas: Não se esqueça do dia de descanso. Ele é absolutamente necessário para a renovação das nossas forças para mais uma semana de lutas.
Bom texto. Espero que consigas manter sua folga semanal e cuidar bem de sua esposa quando se casar, pois ela, precisa, certamente vir em primeiro lugar. O problema é que sabemos disso, mas no dia-a-dia não é tão fácil cumprir. Pois a paixão pela igreja pode ser maior que o amor pelo conjuge.
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