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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pensamentos Ministeriais: 2- Ouvindo a voz de Deus

Um dos maiores conflitos na mente de uma pessoa cristã na hora de tomar uma decisão é saber se aquela decisão tomada é da vontade de Deus. Este tema é tão complicado que leva muitas pessoas a ficarem engessadas, orando e esperando por anos a fio a informação divina sobre o caminho que deve ser tomado, sem perceber que Deus já pode ter dado uma resposta bem clara a ela.


Quando penso na questão do ouvir a voz de Deus, percebo como tem gente enganada com relação ao tema. Muitos oram, esperando realmente ouvir sobrenaturalmente Deus falando no ouvido delas. Entretanto, vemos na Bíblia situações onde Deus fala com voz de trovão (Ex. 20.18) e situações onde Deus aparece como um leve sussurro (1 Rs. 19.12). Além disso, a Bíblia alerta para vozes estranhas, notando até que, mesmo que um anjo desça e pregue outro evangelho que não o nosso, deve ser anátema. Como, então, identificar a voz de Deus para nós?


Pensando sobre o tema, pude notar que podemos adotar algumas regras pontuais que podem nos direcionar no caminho certo. São apenas algumas ideias, e creio que vocês, leitores, podem comentar mais sobre o assunto:


1. A voz de Deus não contraria o disposto na sua Palavra: Se cremos que Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre, cremos também que Ele não pode ir contra a mensagem que nos trouxe na sua Palavra. Em questões essenciais e morais, podemos discernir isso, portanto, facilmente. Por exemplo, se o texto bíblico condena o divórcio no NT, devemos estudar bem detalhadamente se é isso que queremos para nossas vidas. Jesus, por exemplo, só autorizou o divórcio em caso de adultério. Hoje, porém, temos muito mais situações, como violência doméstica, adultério virtual, dentre outros. Em todo caso, se você acha que Deus, por exemplo, está lhe dizendo para deixar seu marido atual para se casar com outro homem, isso não faz sentido, pois vai contra os seus ensinamentos bíblicos.


2. Em casos de divergência bíblica, devemos confiar na revelação final de Deus, na figura de Jesus Cristo: Os grandes reformadores trouxeram novamente à tona a chave cristológica de interpretação das Escrituras. Ou seja, devemos confiar que Cristo nos trouxe a palavra mais próxima do que Deus queria para nós. Portanto, se Salmos diz que bom é aquele que pega a criança de nossos inimigos e a joga contra a pedra, e Jesus fala que devemos orar por nossos inimigos, seguimos esta linha de raciocínio. Logo, se você acha que Deus está dizendo para você se vingar de outra pessoa pelo mal que ela lhe fez, esta voz não pode vir de Deus. Até porque a vingança é somente Dele (Sl. 94.1).


3. Em casos omissos na Bíblia, não devemos buscar o escândalo: Os mais liberais detestam quando os pastores citam 1 Co. 6.12 e 1 Co. 10.23. Eles acham que é uma desculpa que o pastor usa quando não tem mais argumentos para impedir que alguém faça algo não-ortodoxo na igreja. O fato, porém, é que o Espírito Santo une, enquanto Satanás busca dividir a igreja. Por coisas muito pequenas, como a música que deve ser tocada no culto, comunidades racharam ao meio. Logo, devemos sempre tomar cuidado com as coisas que fazemos, especialmente com aquelas que podem nos dominar ou com aquelas que não edificam a igreja ou a meus irmãos. Portanto, se você acha que Deus lhe disse para fazer uma tatuagem e está escandalizando os membros mais fracos na fé, você está redondamente enganado.


4. A voz de Deus jamais incentiva o pecado: Isso é óbvio, né, gente? É corolário do item 1. Deus condena o pecado na Bíblia. Se Ele é o mesmo, jamais te dirá para pecar. Logo, se você achar que Deus deu a você um comando para transar com sua namorada, você está redondamente enganado.


Enfim, por enquanto só consegui pensar nessas quatro. Se você lembrar de outras, pode comentar este post. Eu lembrando de outras, também colocarei aqui. Abraços.

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