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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Casais gays podem ser melhores pais que heterossexuais, afirma estudo polêmico


Casais gays podem ser melhores pais que heterossexuais, afirma estudo polêmico
Um estudo recente causou polêmica e recebeu forte críticas de grupos cristãos ao procurar provar que casais do mesmo sexo poder ser melhores pais que casais heterossexuais.
Abbie Goldberg, psicólogo da Universidade de Clark, em Massachusetts, coordenou uma pesquisa sobre a parentalidade de casais homossexuais. Uma de suas conclusões é que “pais gays tendem a ser mais motivados e mais comprometidos do que os pais heterossexuais. Isso acontece porque eles escolheram serem pais”, afirmou.
A lógica do estudo indica que gays e lésbicas raramente se tornam pais por acidente, em comparação a uma taxa de quase 50% de gravidez acidental entre heterossexuais. Para Goldberg, “isso se traduz em um maior compromisso, em média, e um maior envolvimento”.
A pesquisa indica que as crianças de pais homossexuais, sejam biológicos ou adotados, não apresentam nenhum problema de saúde mental, funcionamento social ou rendimento escolar. Por outro lado, essas crianças podem ter a vantagem de entender melhor modelos abertos e espírito de tolerância. “Obviamente, isso não significa que pais heterossexuais não podem ensinar esses mesmos valores a seus filhos” lembra Goldberg.
Judith Stacey, socióloga da New York University e Tim Biblarz, sociólogo da Universidade do Sul da Califórnia não há nenhuma dúvida, segundo demonstra a pesquisa, que filhos de pais homossexuais serão tão bem ajustados e bem sucedidos quanto qualquer outro. Stacey acredita que os defensores de que as crianças precisam de um pai e de uma mãe não podem deturpar a pesquisa ao comparar crianças de famílias monoparentais com filhos de casais homossexuais. “Dois bons pais são melhores do que um bom pai, mas um bom pai é melhor do que dois pais ruins. O gênero parece não fazer diferença nesses casos”, conclui a socióloga.
O estudo foi feito com o acompanhamento de casais de lésbicas e seus filhos ao longo de vários anos. Publicado pelo Journal of Marriage and Family, Abbie Goldberg relata que entrevistou um grupo de 49 adolescentes e de jovens, filhos de casais homossexuais e descobriu que nenhum deles rejeitou o direito de gays e de lésbicas de casar.
Goldberg relata que os filhos de pais gays entrevistados relataram sentir menos frustrado por estereótipos de gênero do que os criados em lares heterossexuais. “Isso provavelmente ocorre porque gays e lésbicas tendem a ter uma relação mais igualitária que casais heterossexuais”, afirma Goldberg.
Eles também seriam menos apegados aos estereótipos de gênero. “Homens e mulheres se sentiram mais livres para buscar uma ampla gama de interesses”. Afinal, ninguém estava dizendo: “Você não pode fazer isso” ou “Isso é coisa de menino ou coisa de menina”, complementa.
A divulgação desse estudo desagradou a muitas entidades como a Coalizão de Valores Tradicionais, presidida por Andrea Lafferty. Ele criticou a divulgação do estudo e discordou dos pesquisadores. “Sexo faz uma diferença muito grande. As crianças querem uma mãe e um pai”, afirma.
Outras organizações afirmam que as crianças criadas por pais homossexuais são mais propensos a formar relacionamentos homossexuais, o que é diametralmente oposto ao ensino cristão tradicional. “Todo texto nas Escrituras que trata de questões sexuais… pressupõe um casal macho-fêmea envolvido na atividade sexual”, escreveu Robert AJ Gagnon, professor de Novo Testamento do Seminário Teológico de Pittsburgh. Ele defende que esse tipo de estudo é tendencioso e pode prejudicar a sociedade como um todo.
Lafferty concorda, citando as dificuldades que as crianças enfrentam quando são adotadas por pais do mesmo sexo. “Essas crianças já sofreram o suficiente. Depois de serem adotados por pessoas que vivem um estilo de vida prejudicial, quais são as chances de essa criança ter uma vida normal?” questiona.
A adoção por casais gays tem sido amplamente debatida nos EUA, onde a instituição católica de adoção Catholic Charities decidiu fechar suas portas porque o governo americano passou a recusar financiamentos aos grupos que “discriminassem” adoção por casais do mesmo sexo.
No início do ano, o papa Bento XVI declarou que considera o casamento gay uma ameaça “para o futuro da humanidade”, defendendo a necessidade que as crianças têm de lares heterossexuais.
Traduzido e adaptado de Christian Post e Yahoo News, via GospelPrime
Comentários: Não tive acesso ao estudo científico, porém é fato que todo estudo científico, para sê-lo, deve ter a possibilidade de ser falseado, ou seja, contestado. Contudo, a única forma justa de contestar o estudo seria através da utilização de seus métodos para comprovar que suas teses não estão corretas, ou contestar as hipóteses e pressupostos a que se propõem.
Como pastor batista, não aprecio as conclusões do estudo. Contudo, consigo perceber as hipóteses apresentadas pelos estudiosos como plausíveis. Só penso que, possivelmente, os mesmos resultados poderiam ser encontrados em todos os casos em que os pais planejaram ter seus filhos, sendo por gravidez planejada ou adoção. Se este estudo abrisse o leque para ver estes casos, poderíamos, então, pensar que os seus resultados não se devem ao fato única e exclusivamente à sexualidade dos pais, mas sim ao planejamento em ter as crianças.
Resta ver, agora, o estudo em si, para tentar entender a metodologia utilizada e trabalhar em cima dela para entender se o estudo alcançou conclusões científicas ou não. Algum estudioso se aponta para esta tarefa?

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