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sexta-feira, 20 de maio de 2011

As transições da juventude. Parte II: Os vinte e poucos

Na semana passada, tive a oportunidade de trabalhar a questão da transição da criança para a adolescência e os desafios que isso traz para as igrejas cristãs modernas. Hoje, iremos trabalhar a fase posterior de desenvolvimento do ser humano, a juventude dos vinte e poucos anos, época em que a fé do cristão é mais atacada.

Hoje em dia, é sabido e notório que o período dos vinte e poucos anos são os piores para os cristãos. É nessa época que o indivíduo cristão tem uma interação maior com a sociedade: Faculdade e estágio são dois novos locais de contato com pessoas do mundo, e os desafios passam a ser maiores, pois não há mais a supervisão constante dos pais e, com isso, o jovem se vê sozinho, tendo que enfrentar a nova cena de total e irrestrita liberdade de ofertas para o jovem cair no mundo: Festas, bebidas, drogas, sexo, tudo muito liberado e aberto.

Envolvido por toda esta gama de ofertas, é muito comum o jovem se deixar levar por elas, na tentativa de encontrar o seu espaço na sociedade. É nesse momento que as amizades tornam-se mais perigosas, pois a tendência é encontrar jovens com educação totalmente liberal, onde os pais não se importam com quem seus filhos estão andando, desde que tirem notas boas na faculdade e caminhem em direção ao diploma.

Ao mesmo tempo, é nessa fase em que os jovens começam a ser não só questionados, mas afrontados sobre sua fé. São vários os professores universitários que se divertem às custas das crenças e visões de mundo dos cristãos, fazendo afirmações audaciosas sobre a não-existência de Deus, sempre baseando-se em frases prontas de filósofos ateus ou nos conhecimentos científicos adquiridos. Com medo do embate por não quererem ser afetados nas provas e avaliações, muitos jovens se calam, ocultando a sua fé ou mesmo questionando-a.

O conjunto desse cenário acaba levando uma quantidade enorme de jovens de simplesmente abandonarem a sua fé, preferindo entregar-se de corpo e alma à vida de prazeres que o mundo lhes oferece. Muitos o fazem crendo que poderão se entregar à vida religiosa quando forem mais velhos, ou quando constituírem famílias. Outros simplesmente preferem se rebelar contra o passado, crendo que agora são verdadeiramente "livres" para agir como desejarem, em vez de seguirem as regras de conduta de suas antigas comunidades de fé.

Nos dias de hoje, enfrentar este cenário é um grande desafio para qualquer líder. Tanto é que os ministérios de jovens são, em geral, os mais esvaziados em nossas igrejas. Conheço uma igreja de cerca de mil membros que, por exemplo, não consegue colocar mais do que vinte alunos em uma classe matutina de EBD. Isso é um sintoma das igrejas de hoje: Os jovens querem farra, os ministérios sofrem. O mais duro é ver os adolescentes, criados na igreja, deixando-a aos poucos quando chegam à maioridade. Alguns ainda perduram, mas a maioria acaba deixando de lado o compromisso com a obra do Senhor.

Buscar soluções para esse problema é um grande desafio. Penso, porém, que os pequenos grupos de estudo e comunhão são uma boa saída. Nessa fase, o indivíduo precisa ser mais estimulado pelos seus colegas de mesma idade a manter uma vida digna, longe dos excessos e vícios do mundo. Os pequenos grupos dão ao jovem a plataforma para poder debater os seus problemas e encontrar, dentro do grupo, os laços comunitários que irão ajudá-lo a enfrentar as dificuldades da vida.

Outra solução que penso ser boa é o estímulo ao jovem de participar de eventos coletivos, como congressos, retiros e louvorzões. Em eventos coletivos, os jovens podem conhecer e encontrar outras pessoas que pensam como ele, vivem como ele, enfrentam as mesmas lutas que ele. Dessa forma, com esse diálogo, os jovens conseguem renovar as forças para enfrentar os problemas e as lutas diárias.

Por fim, penso que o acompanhamento pastoral deve ser constante. Aqui, porém, abro o leque do significado do termo "pastoral" para todos os outros jovens engajados na igreja. O maior problema que pode acontecer com um jovem é ele se sentir afastado do convívio dos colegas. Isso o faz se sentir "envergonhado" de voltar ao convívio dos seus pares. O cuidado dos outros jovens com os afastados acaba gerando ótimas oportunidades de resgate daqueles jovens que estão começando a deixar o convívio eclesiástico para se jogarem no mar de pecado que o mundo oferece. As redes sociais ajudam a manter este contato. Escolha alguns jovens na sua comunidade para fazer este trabalho de acompanhamento, mantendo conversas por MSN ou contato via Orkut e Facebook. A internet, nesta fase, pode ser uma importante arma de manutenção de contato com esses jovens.

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