Aula 7: Revelação – Aula 5/5 – Comparação com outras crenças
Fonte: FERREIRA, Franklin, e MYATT, Alan. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 2007.
Revelação Geral:
- Não há como o homem buscar sinceramente a Deus.
- Aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (At. 4.12, Rm. 10.18)
- Só pode crer quem ouvir sobre o Senhor (Rm. 10.14-15)
Revelação Especial:
- Quanto à não-possibilidade de revelação de Deus ao homem:
- Deus, como uma trindade, se comunicou entre si racionalmente e com os anjos (Gn. 1 e Jó 1).
- Deus aparece se comunicando diretamente com o homem em vários momentos do texto bíblico (Abraão, Moisés).
- As categorias da mente e as coisas do mundo são criações de um Deus racional, logo a correspondência entre as duas viabiliza o conhecimento verídico.
- Deus fez o mundo de forma que a comunicação racional fosse possível.
- Quanto à não-historicidade da Bíblia:
- Deus é, no AT, um Deus que se revela no tempo e no espaço histórico, com datas e locais bem definidos.
- Deus se revela nos acontecimentos históricos de seu povo (êxodo, exílio babilônico).
- A Bíblia não ensina por símbolos ou mitos, e sim por fatos reais (2 Pe. 1.16)
- A arqueologia é uma ciência inexata, que se auto-contraria seguidamente. Por isso, não pode ser usada para provar a veracidade ou não dos fatos históricos da Bíblia. Apesar disso, muitos relatos e profecias bíblicas foram comprovados, como 2 Rs. 15.29-31 e o fim da Babilônia ( Is. 13.19-21, 14.23, Jr. 51.26,43 – a nova cidade, após a sua destruição por Ciro, foi construída 60 km ao norte).
- Toda revelação divina é coerente e consistente para aquele que crê (Jo. 8.24)
- Nem todas as fontes de “revelação” são confiáveis. O ocultismo, o contato com o além, é proibido na Bíblia (Is. 8.19, 47.12-15, Ap.21.8, 22.15, Dt. 13, 18).
- A Bíblia adverte que qualquer mensagem que divirja do evangelho de Cristo é anátema (Gl. 1.8-9).
- A revelação com autoridade vem dos profetas, apóstolos e Cristo (Ef. 2.20)
- Não há mediadores entre Deus e o homem, além de Cristo (1 Tm. 2.5)
- Os manuscritos do Mar Morto (séc II a.c.) comprovaram a integridade do Texto Massorético (séc X d.c.) (Isaías, Joel a Ageu quase 100% iguais). Logo, seu conteúdo não foi mexido, como dizem os espíritas.
- Textos antigos, como Homero, Júlio César e Tucídides, possuem menos manuscritos e com maiores discrepâncias do que o NT (o NT possui mais de 24.000 manuscritos, sendo 5.300 em grego, 10.000 em latim. A cópia mais antiga data de 150 e o NT completo mais antigo, de 350). As dúvidas sobre o NT não passam de 0,1% do texto, e sempre em assuntos não-polêmicos (as diferenças montam a 5%, sem afetar as doutrinas básicas da Bíblia).
- Rever Gl. 1.8-9.
- Sobre a tradição oral que caminha ao lado da Bíblia (2 Ts. 2.15, 2 Tm. 2.2), os dois textos não falam sobre uma tradição oral permanente, de igual autoridade que as escrituras (na época de Ts., os evangelhos ainda não haviam sido escritos).
- Sobre a divergência de cânons, lembramos a premissa de Lutero e dos judeus (somente textos com original em hebraico são considerados canônicos). Ainda sobre os apócrifos:
- Os manuscritos da Septuaginta não convergem quanto a que livros devem ser aceitos como parte do cânon.
- Jesus cita em Lc. 24.44 a mesma divisão rabínica de livros, já conhecida desde o séc. II a.c.
- Flávio Josefo cita os livros do AT como sendo os do cânon protestante.
- A igreja oriental de Alexandria, curiosamente, rejeitou os apócrifos, enquanto que a igreja de Antioquia usou os apócrifos, ainda que com autoridade inferior à das Escrituras.
- Somente no séc. XVI a igreja aceitou a canonicidade destes livros por unanimidade. Anteriormente, não eram tidos como livros dignos de orientarem a igreja quanto a doutrinas (Jerônimo, Agostinho).
- Não há os apócrifos entre as versões hebraicas e aramaicas do AT, além de não constarem da versão siríaca mais antiga.
- Sobre a possível “criação do cânon” pela igreja, cremos que a igreja identificou, reconheceu, recebeu e se submeteu ao cânon das Escrituras.
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