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terça-feira, 24 de maio de 2011

As transições da juventude. Parte III: Os jovens casais

Hoje, estou terminando minha série de comentários e estudos sobre a juventude cristã atual e os desafios enfrentados pela igreja contemporânea para atrair estes jovens às atividades eclesiásticas. Meu intuito, como disse desde o começo, não foi ser o dono da verdade. De fato, creio que estas reflexões me ajudaram a pensar mais sobre meu ministério e como ser mais efetivo no trabalho com esta faixa da igreja. São, primeiramente, reflexões pessoais, oriundas de alguns anos de visão analítica dos jovens de minha própria igreja e de outras comunidades cristãs.

Como sabemos, uma das maiores ânsias do jovem cristão é constituir família. Esse desejo ultrapassa em muito a vontade de pessoas não-religiosas de se casarem por conta da vedação do sexo antes do casamento e por causa do texto paulino em que o autor declara que é melhor ao casal se casar do que abrasar (1 Co. 7.9). Por causa disso, é costumeiro encontrarmos casais muito jovens em nossas igrejas, com cônjuges entre 20 e 25 anos.

Os problemas começam a surgir quando um dos membros do casal não tem os mesmos interesses do que o outro. Isso é muito comum, devido à educação e persondalidades diferentes de cada cônjuge. No entanto, o que causa frustração em muitos casais cristãos é que existem diferenças de interesses espirituais entre os dois, e aqui surgem os problemas: Por conta destas diferenças, muitos jovens acabam impossibilitados de participarem das atividades programadas pela igreja para a juventude. É impressionante a quantidade de jovens que, por exemplo, abandonam a EBD porque seus maridos ou esposas não desejam acordar cedo no domingo.

Esta questão começa a se agravar quando a igreja começa a demandar estes jovens a participarem das suas atividades. Muitos jovens, pressionados, acabam deixando aquela comunidade e buscando outra, onde podem se ocultar na multidão. Não sendo cobrados, os casais geram menos situações de conflito, o que é sempre benéfico para a entidade familiar. Somando isso ao discurso de muitos pastores (discurso correto, na minha opinião, porém mal interpretado), de que a família deve sempre vir antes da igreja, e acabamos vivendo uma situação de afastamento e até esfriamento espiritual por parte de muitos casais cristãos.

O problema se torna ainda pior quando surgem os filhos. Nesse momento, muitos casais se veem em uma situação de abandono na igreja, pois não têm, muitas vezes, onde deixar seus filhos, fazendo com que não possam participar das atividades jovens porque precisam cuidar e dar atenção a suas crianças. Como fazer as crianças acordarem cedo também é um problema em muitas famílias, hoje em dia, é fácil perceber que a quantidade de jovens casais com filhos frequentando a EBD é bem menor do que a quantidade de jovens casais na igreja como um todo.

Existem inúmeras soluções que podem ajudar a igreja a trabalhar este grupo de pessoas. Entre algumas que me veem à cabeça, vejo as seguintes:

1) Tratar os jovens casados como um grupo diferente da juventude: Este é o primeiro passo, para se evitar frustrações de todos os lados. Os jovens casados, por mais que tenham uma mentalidade jovial, possuem interesses diferentes dos jovens solteiros e dos adolescentes. Desta forma, o líder de juventude deve deixar o trabalho com casais para outros líderes e focar seus esforços no grupo que está ao seu alcançe.

2) Criar programas e atividades específicas para este grupo: Hoje em dia, as igrejas que mais crescem são aquelas que diversificam e fortalecem seus ministérios. O ministério de jovens casais é vital neste sentido, pois ajuda a unir os casais em torno de seus assuntos de interesse. Programas culturais, congressos, encontros de casais, pequenos grupos de comunhão, são estratégias que dão muito certo para atrair pessoas deste segmento.

3) Trabalhar em conjunto com o Ministério Infantil: Toda e qualquer atividade para os jovens casais deve ser pensada em conjunto com o Ministério Infantil, para que os filhos destes jovens casais tenham algo para fazer enquanto os pais aproveitam as atividades. Por mais que seja um pequeno grupo no lar de alguém, pelo menos uma ou duas pessoas devem ficar responsáveis por distrair as crianças enquanto os adultos participam da reunião.

Por fim, uma excelente estratégia para atrair jovens casais à igreja é investir fortemente no Ministério Infantil. As igrejas que mais atraem jovens famílias são aquelas que possuem infra-estrutura para receber, distrair e educar os filhos destes casais durante a realização dos cultos e de outras atividades. Muitas igrejas, hoje, investem em salas de aula, parquinhos, aparelhos audio-visuais e corais para atrair as crianças à igreja. Com as crianças se encantando pela igreja, os pais acabarão seguindo-os, resultando em uma nova família tendo a oportunidade de ouvir sobre Jesus.

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