Marcadores

quinta-feira, 22 de março de 2012

Diários de um pastor: Esvaziando-se até a última gotinha (sobre entrega ao serviço de Cristo)

Nesta última segunda-feira, como já mencionei aqui no blog, tive a oportunidade de assistir à aula magna da turma de 2012 do Seminário do Sul, realizada pelo presidente da Convenção Batista Brasileira, Pr. Paschoal Piragine Jr. Durante a mensagem, algumas belas ilustrações foram feitas. Uma delas foi parte de uma visita do Pr. Paschoal a um evento evangelístico na África do Sul, e conto agora.

Este evento, que reuniu mais de cem pregadores e evangelistas de todo o mundo, teve vários momentos emocionantes, segundo o Pr. Paschoal. Um deles, porém, veio em uma cerimônia ilustrativa do potencial que nós, cristãos, temos ao agir no mundo. O Pr. Paschoal colocou uma botija quase cheia com óleo e deu a cada participante do evento um copinho, contendo a mesma substância. Ele desafiou os presentes a entregarem-se por completo à obra de Deus, simbolizando este ato ao derramarem seu copo na botija. A intenção do pastor era demonstrar que, com todos trabalhando, a botija transbordaria, levando o bálsamo da palavra de Cristo a todo o mundo, representado por uma bandeja na qual a botija estava posicionada.

Vários mensageiros presentes realizaram o ato, pegando seus copos, olhando para a botija, derramando-os e deixando o local. Uma irmã de determinado país começou a chorar incontrolavelmente com a cena, demonstrando sua emoção de poder fazer parte da obra. Contudo, o momento que chamou a atenção foi quando um pastor egípcio, pertencente à igreja copta, que está atualmente sendo terrivelmente perseguida naquele país, afirmou:

- Eu posso não estar aqui na próxima reunião, por conta da perseguição em meu país. Porém, eu desejo entregar minha vida por completo, até a última gota.

Enquanto aquele homem falava aquelas palavras, derramou seu copo e começou a sacudí-lo, veementemente tentando enxugá-lo de qualquer resquício de óleo que poderia conter. Tudo isso para colaborar ao máximo para que a botija transbordasse, através dele ou do próximo.

Ao ouvir esta história, pensei em quanto temos tantos irmãos e irmãs que estão hoje, nos bancos, aproveitando a mensagem pregada e os louvores entoados, mas que não estão fazendo sua parte para fazer a botija transbordar. Receberam um copo cheio, mas não estão dispostos a derramá-lo por completo, para fazer a grande botija da obra de Deus transbordar.

Eu sempre digo e repito: Se todo o povo de Deus nesta Terra se unisse, verdadeiramente, em torno da obra, diminuiríamos em muito as mazelas deste mundo. Imaginem se os supostos 40 milhões de evangélicos brasileiros dessem 1 real por mês para missões (urbanas, nacionais e mundiais). Seriam 480 milhões de reais investidos na obra. Imagina, agora, se eles dessem 5 reais por mês em média. Seria isso algo absurdo? E 10 reais? E 20 reais? Um lanche no shopping, uma sessão de cinema por mês, sacrificada para abençoar o próximo. Imaginem quantas escolas, hospitais, centros de tratamento contra dependência química, abrigos e orfanatos conseguiríamos construir. Imaginem quantas pessoas conseguiríamos alcançar.

O Senhor age neste mundo através de sua igreja, seu povo, sua gente (não só através de nós, mas certamente somos ferramentas em suas mãos). Ele nos comissionou para irmos pelo mundo, fazendo discípulos, pregando o evangelho e fazendo o bem. Ah, se todos nós tomássemos consciência disso e fizéssemos nossa parte. Talvez esse seja o tal avivamento que nossa igreja precisa: Um avivamento horizontal, regado de amor pelo próximo.

Ah, em tempo: Após a aula, o Pr. Paschoal fez um desafio para que as pessoas aceitassem a tarefa de entregar-se completamente por Jesus, até a última gota. Quase todos os presentes foram à frente. Eu oro e faço votos de que esta decisão se mantenha ao longo das jornadas de todos aqueles colegas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário