Benjamin Netanyahu, primeiro ministro de Israel, chamou o Conselho de Direitos Humanos da ONU de “hipócrita” pela votação de 36 a 1 para criar uma missão de investigação que cuide dos acordos e direitos humanos dos palestinos, esperando que essa decisão mande um “recado” a Israel.
Os israelenses reagiram com fúria à decisão do Conselho e Binyamin Netanyahu disse que o conselho é “hipócrita” e deveriam sentir vergonha disto. O conselho, que se encontrou em Genebra, também aprovou quatro outras resoluções contra Israel, inclusive uma por suas ações no Alto de Golã.
Os EUA chamaram essa resolução preconceituosa de um voto contra os Estados Unidos, rejeitando também as outras quatro resoluções. A Europa ficou dividida nesta questão, Noruega, Suíça, Bélgica, Áustria e Rússia votaram a favor da medida enquanto que a Itália, Espanha, a República tcheca, Hungria, Polônia, Romênia e Moldova se abstiveram.
Foram contra a medida Angola, Nigéria, Uganda, China, Índia, as Filipinas, Tailândia, Chile, México, Peru e Uruguai. Outros países que também se abstiveram foram a Guatemala, Costa Rica e Camarões. Até hoje, o conselho tomou 91 decisões, 39 com respeito a Israel, três sobre a Síria e uma sobre o Irã.
Na quinta-feira o Conselho teve que ouvir o representante sírio falar sobre direitos humanos e dizer que Benjamin Netanyahu está alheio à realidade. Ele disse: “Outra prova de que Netanyahu está distante da realidade, é o fato de que nesta semana ele facilitou a conferência de um ativista de Hamas numa ONG vizinha do seu prédio. Hamas é uma organização cuja ideologia é baseada em assassinato de inocentes” disse o representante da Síria no conselho.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel emitiu uma declaração sobre a resolução: “… outra decisão surrealista do conselho que é mais interessado em promover uma agenda política unilateral que em direitos humanos. Enquanto todos os direitos humanos são transgredidos no Oriente Médio em escala nunca vista, o Conselho gasta seu tempo e recursos estabelecendo um corpo supérfluo e extravagante cujo propósito único é satisfazer os caprichos dos palestinos e prejudicar as chances futuras de se alcançar um acordo por meios pacíficos”.
A declaração do ministério diz ainda, “Os palestinos devem entender que eles não podem fazer jogo duplo, eles não podem gozar cooperação com Israel e ao mesmo tempo inicia choques políticos em fóruns internacionais”.
A Comissão de Goldstone de 2009 em Gaza que acusou Israel de crimes de guerra originou-se em um tipo de decisão semelhante a essa do pelo Conselho de Direitos Humanos, naqueles dias Israel não cooperou com esse comitê.
O representante de EUA no conselho, Charles Blaha, advertiu que uma missão de investigação esgotaria como essa esgota o tempo e empurrar para frente uma solução.
A Itália e Espanha emitiram uma declaração ao conselho dizendo que as decisões eram ilegais sob lei internacional. Dizem: “uma missão de investigação seria uma repetição dos mecanismos já existentes e não ajudará em mudar o cenário”. A República tcheca fez uma declaração semelhante.
Áustria apoiou a medida mesmo sabendo que a proposta não era suficientemente flexível e que alternativas diferentes deveriam ser vistas. Disse que “concordou em princípio que os acordos eram ilegais, e apresentavam obstáculos a paz e ameaça uma solução de dois estados”.
Traduzido e adaptado de Worthynews
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