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domingo, 11 de março de 2012

Diários de um pastor: Uma só andorinha não faz verão

Muitos não sabem o trabalho que dá ser um pastor de igreja. Eu consigo vislumbrar a ponta do iceberg, pois auxilio na minha pequena comunidade. Porém, sempre que converso com outros colegas de ministério, me espanto com a carga de trabalho. Por exemplo, esta semana, ouvi de um pastor que ele teria que ministrar três mensagens em dois dias, sendo duas no mesmo dia, com distância de uma hora e meia entre elas. Outro, já há 15 anos em sua igreja, me lembrou sobre a dificuldade de pensar em mensagens para três cultos na semana. Eu fiz as contas rapidamente. 15 anos, 750 semanas, mais de 2000 mensagens pregadas. Haja criatividade, haja estudo, e haja unção divina para tal. 

Pensando nisso, percebi como deve ser difícil para esses irmãos se prepararem para a pregação. Eu tenho um certo ritual, que vai desde a leitura do texto até a preparação do Powerpoint. Nesse processo, revejo a mensagem várias vezes. Também medito nela, me imagino ministrando a Palavra, tudo para poder, chegando na hora, dar o meu melhor. 

Porém, eu imagino como isso deve ser difícil para um pastor que não tem apenas isso para se preocupar. Sim, porque pastor de igreja, ao contrário do que muita gente pensa, rala e rala muito. Ele tem que arranjar tempo para estudar, atender ovelha, organizar as coisas da igreja, visitar, orar, ler a Bíblia, ministrar culto, cuidar da família, resolver seus próprios problemas e dormir. Quando não consegue dar conta de tudo, alguma coisa sofre: A família, a própria saúde ou o ministério. 

Por isso que, hoje, enquanto me preparo para ministrar a Palavra em minha igreja, diante do lançamento de meu livro, percebo que devo valorizar a cada dia mais as pessoas que me cercam, aqueles irmãos e amigos que doam um pouco do seu tempo para fazer a minha vida mais tranquila. Pode ser minha esposa, minha equipe ministerial na liderança dos jovens da PIB Grajaú, meus colegas de trabalho e minha chefe, compreensivos quando preciso ajustar os horários para dar conta de alguma dificuldade. Até minha mãe entra na história, fazendo um jantarzinho quando ficamos sem tempo de fazer comida aqui em casa. 

Acima de tudo, o que me sustenta, e o que sei que ajuda meus colegas pastores todos estes anos, são três coisas:

1. O apoio da família: Se eles não estiverem juntos, orando, apoiando, amando seu pai e esposo, tudo fica mais difícil.

2. As orações da igreja: Cada joelho no chão dá um pouco mais de energia ao pastor para levantar, estudar e se capacitar para ministrar a Palavra a eles.

3. O esforço dos voluntários: Cada pessoa que dá um tempo de si na obra do Senhor ajuda o pastor a coordenar os trabalhos. Da pessoa que ministra o louvor àquele que varre o santuário para deixá-lo limpinho, em condições do próximo culto, todos são vitais para ajudar o pastor a fazer seu trabalho.

4. A força dada pelo Senhor: Acima de tudo, é o Senhor que nos socorre, nos capacita e nos ajuda a cumprir o nosso chamado. Ele não abandona os escolhidos, e precisamos ter fé nisso.

Agora faltam três horas. Daqui a pouco, meu primeiro livro estará oficialmente lançado. Bênção do Senhor, mas que sem a ajuda de todos acima, teria demorado muito mais pra sair. Obrigado a todos vocês, família, igreja, amigos voluntários, pelo apoio e carinho. Essa vitória, compartilho com vocês.

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