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quarta-feira, 14 de março de 2012

Igreja Batista de Westboro é convidada para participar de encontro ateísta

 A igreja Batista de Westboro tornou-se famosa por seus protestos em funerais de militares e de celebridade, além de seus slogans bizarros, lembrando a todos que Deus os odeia.
 
No que pareceu ser uma piada, mas depois foi confirmado como verdade, Jim Klawon, vice-presidente do Partido Ateu Nacional, que pretende reunir os americanos “sem fé”, enviou uma carta-convite aos membros da igreja, para participarem do “Rali da Razão”, programado para o próximo dia 24 na capital, Washington, e que promete ser o “maior encontro de ateus da história”.

Mesmo sem participar pessoalmente da maioria dos protestos, a igreja continua sendo liderada pelo seu fundador, o pastor Fred Phelps, de 82 anos de idade. Mas Klawon convidou todos os membros da igreja, formada principalmente por pessoas que fazem parte da família de Phelps, a testemunhar esse “evento histórico”.

Mesmo sem serem convidadas, outras organizações cristãs já anunciaram que estarão presentes para poder evangelizar, mas sem protestos.  A resposta veio através do Twitter de Megan Phelps-Roper, neta de Fred. Ela não só aceitou o convite, mas comprometeu-se a participar de um piquete diante desse “desfile de tolos”.

Além disso, Megan citou Isaías 1:18-20, em sua resposta, convidando os organizadores do Rali da Razão a se arrependerem de seus pecados.

Justin Vacula, um jornalista ateu, falou com a jovem sobre os planos de seu grupo para as manifestações no encontro ateísta:

Os ateus, explica Megan Phelps-Roper, negam a Deus e deve ler Romanos 1:22-29, que fala sobre os homens que pensando ser sábios e tornaram-se loucos e estão cheios de iniquidade, prostituição, malícia, cobiça e maldade. Ela também cita o Salmo 14:1 que diz: “Diz o tolo em seu coração: Não há Deus”
Para ela, a presença da Igreja Batista de Westboro no Rali da Razão, não deveria ser vista pelos ateus como “uma grande piada”, mas que se trata de “uma questão muito séria”.

“Há um Deus, haverá um dia do julgamento, e não há nada de irracional sobre adorar o seu criador”, lembra Megan Phelps-Roper. Ela diz ter uma mensagem especial para Richard Dawkins: “Ele é um grande blasfemador. Promove a rebelião contra Deus usando os dons  que Deus lhe deu, por isso terá um lugar quente reservado para ele no inferno.”

Traduzido e adaptado de The Blaze

Comentários: O debate sobre a postura que a igreja cristã deve adotar frente aos problemas da sociedade tem sido intenso no meu Facebook. De fato, várias notícias e comentários meus têm sido criticados e dissecados, algo completamente natural para alguém que expõe sua visão para todos os que leem.

Eu postei esta notícia não por concordar com ela, mas sim para mostrar o lado negro do cristianismo. A Bíblia nos fala que a essência do evangelho é o amor, e não o ódio. Deus enviou seu filho ao mundo para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Também nos mandou amar nossos inimigos, o que pode ser muito duro para quem vê a Bíblia como apenas um livro de julgamento ao inferno.

Eu não concordo com a forma como esta igreja age. Creio, sim, em um evangelismo pacífico, como outras comunidades pretendem fazer. Fica na sua, oferece a palavra para quem vier ouví-la. Querer enfiar o evangelho goela abaixo das pessoas só causa reações adversas, que se exacerbam e levam a situações de conflito, onde vale a lei do "8 ou 80", onde não há convívio harmônico, onde um lado tem que perder tudo para o outro ganhar algo.

Ouço muito críticas do tipo "Ah, mas os cristãos já aprontaram muito, eles iniciaram a guerra, as reações são justificadas". A Bíblia me diz que não posso ser imputado a culpa de meus antepassados, mas o fato é que convivo com suas consequências. Faz parte do tal "pecado estrutural", creia nele quem quiser. Contudo, a solução para esta situação não é a completa extinção ou subjugação de um grupo por outro. Assim fosse, a "inquisição" apenas mudaria de lado. A solução é o convívio harmônico, onde cada indivíduo tem o direito de se expressar (sem ofender) e discordar da expressão do outro, sem cercear seu direito de tornar pública sua opinião.

Enfim, a proposta não é fácil. Alguns dirão que é impossível, que temos, sim, que acabar com o direito de um para fazer valer o direito de outros. Bom, a democracia serve para isso. Em uma sociedade com interesses divergentes, cada lado expõe seus argumentos e decide, no voto, o que deve ser feito.

Assim penso. Que venham as críticas.

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