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quinta-feira, 8 de março de 2012

Estreia do seriado “Boas Prostitutas cristãs” gera protestos de comunidade evangélica

Baseada no livro “Good Christian Bitches” [Boas P... Cristãs], a nova série da ABC recebeu críticas mesmo antes de ser lançada. A emissora primeiro mudou o nome para “Good Christian Belles” [Boas e Belas Cristãs], depois decidiu usar somente as iniciais e o programa foi ao ar com o nome de “GCB”.

A trama principal é a história de Amanda Vaughn (interpretada por Leslie Bibb), uma dona de casa e mãe de dois filhos, que se vê obrigada a voltar para sua cidade natal no Texas depois da morte de seu marido. Na verdade, ele era um golpista que acabou caindo com o carro em um precipício enquanto fugia com a amante.

Humilhada, o último lugar do mundo que Amanda gostaria de ver é a casa da sua mãe alcoólatra em Dallas. Sem outro lugar ou pessoa a recorrer, ela vai com os filhos para a cidade onde cresceu. A partir daí várias outras situações se desenrolam, mas o ponto de encontro das mulheres fofoqueiras, maliciosas e venenosas é justamente a igreja onde congregam semanalmente.

Não demorou para setores cristãos conservadores pedirem um boicote ao seriado. O vereador nova-iorquino Peter Vallone Jr., por exemplo, reclamou da tentativa da ABC em mudar o nome do programa.
“Eles não estão enganando ninguém com isso”, disse Vallone. ”Você não pode mudar algo que já está em sua cabeça… não somos idiotas”.

“Eu não posso imaginar que eles iriam pensar em usar essa linguagem ofensiva contra qualquer outra fé”, reclamou Vallone, um católico fervoroso que disse ter se sentido ofendido pela maneira como os cristãos foram retratados.

O vereador pede mais, quer que a rede ABC mude o título e faça um pedido público de desculpas. “O fato de que a ABC considera normal esse tipo de ofensa para um programa de TV é realmente uma declaração triste sobre o quão baixo nossa sociedade chegou… Eu acho que todas as religiões devem ser respeitadas e nenhuma deve ser atacada – devemos estar juntos nesta”, disse.

Ele não está sozinho, logo que a ABC anunciou que produziria a série, a Associação de Famílias Americanas afirmou que o show “ridiculariza todas as pessoas que têm fé”. Imediatamente começou a fazer um abaixo-assinado que reuniu mais de 200.000 assinaturas.

“Nosso boicote realmente teve eco entre os telespectadores – especialmente na comunidade cristã – que estão chocados e horrorizados porque a ABC/Disney realmente pretende colocar no ar esse programa. É intolerância anticristã. Esse tipo de programa é um insulto a todos nós. O nome do programa é ofensivo, um insulto e uma humilhação. Uma falsa representação da comunidade cristã – não apenas isso, acho que é um insulto a todas as mulheres”, disse o porta-voz da associação.

Pó outro lado, a atriz e cantora Kristin Chenoweth, uma das protagonistas, está defendendo a série “GCB”, dizendo que as pessoas não deveriam julgar o que não viram.

“Eu certamente não faria nada que pudesse ridicularizar a minha própria fé”, ressaltou. Kristin é uma atriz premiada, tendo um Emmy no currículo. Ela se considera uma “cristã liberal” embora venha de uma tradicional família batista.

Ela conta que desde criança cantava no coro da igreja e acredita que ali começou sua carreira artística. “Minha primeira apresentação foi aos sete anos, quando fiz um solo. Eu lembro das pessoas aplaudindo em pé no final e eu pensei, ‘Oh, eu acho que vou gostar disto. Foi assim que tudo começou”.

Por duas décadas, a estrela de 43 anos de idade, fez teatro, televisão e cinema. No seriado “GCB”, ela interpreta Carlene Cockburn, uma ex-rainha da beleza colegial que hoje tem um casamento conturbado.
Ela acredita que o objetivo não é atacar os cristãos, mas mostrar um outro lado “só porque você é cristão não significa que seja perfeito. Somos todos humanos. Este show mostra a humanidade deles, e eu adoro isso. Eu sou um deles [cristãos]. Eu cresci nesse mundo… a história poderia se passar em qualquer comunidade, mas acabamos escolhendo como ponto central uma igreja”.

Mesmo com esses protestos a ABC produzirá a primeira temporada e a distribuirá em outros países com seu título original, “Good Christian Bitches”. Os episódios vão ao ar todos os domingos pela ABC, às 9 da noite.

Poucos dias depois do início da campanha pelo boicote, a Philadelphia, maior produtora de cream cheese dos EUA, decidiu retirar sua propaganda do ar. Ela era uma das patrocinadoras de GCB. Em nota, a empresa explicou “Temos recebido algumas queixas de consumidores e suas opiniões sobre a nossa publicidade é importante para nós. Por isso decidimos redirecionar nossa publicidade a outros programas.”

Traduzido e adaptado de Christian Post e NY Dail News
Comentários: A tradução do título é do site de notícias, mas não é a melhor tradução. O termo "bitch", em inglês, pode ser usado para "prostituta", "vadia" ou termos mais chulos para o primeiro nome. Porém, na conotação da série, denota mulheres que são ranzinzas, encrenqueiras e fofoqueiras, possuindo atitudes negativas que afastam quaisquer amizades.
O fato é que o programa parece apresentar uma relação entre mulheres ranzinzas e rancorosas dentro de uma igreja. Este tipo de relacionamento acontece MUITO em nossas comunidades, com brigas de poder, fofocas e invejas rolando solto. Seria hipocrisia negarmos isso. Agora, como ela não é a regra, mostrá-la como tal em uma série televisiva é, de fato, danoso à imagem do cristianismo em geral.

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