Para a grande maioria dos cristãos, o casamento é um sonho. É um ideal para pessoas que desejam gerar uma família, que desejam experimentar, dentro dos padrões bíblicos, a chance de amar uma pessoa em sua atitude mais plena. Por todos os fatores envolvidos (saída da casa paterna, mudança para uma nova vida, com uma nova pessoa), esta é a maior transformação pela qual um jovem cristão passa, durante sua jornada pelos 20 e 30 anos.
Por conta disso, esta é a fase em que acontecem a maior quantidade de situações de crise na mente do jovem cristão, que podem levá-lo a tomar atitudes precipitadas e levem-no a se afastar da comunidade eclesiástica e, na sequência, de Deus.
1. Fase pré-casamento: Se pudéssemos avaliar Os jovens possuem uma tendência moderna a avaliar as pessoas com quem desejam passar a vida apenas por um ou dois prismas, ignorando o quadro completo da pessoa. Ou seja, ao se atraírem por estes lados da pessoa, esquecem que as demais áreas podem se tornar pontos de conflitos no relacionamento futuro.
Alguns prismas que são preferidos pelos jovens, na hora de selecionar seus parceiros sentimentais, é beleza física, situação financeira e educação. Alguns lados que são preteridos, porém, são personalidade, gostos, preferências, crenças e caráter. Ou seja, algumas combinações que acabam acontecendo são: Belos jovens, porém com falta de ambição profissional; jovens bem financeiramente, porém que não creem em valores básicos do evangelho; pessoas com caráter bom, porém de denominações ou religiões diferentes.
Quando um jovem busca a sua cara-metade, deve ter sempre em mente que não encontrará a pessoa perfeita, mas que ela deve buscar uma pessoa com, pelo menos, um grupo de valores e crenças semelhante ou igual. Desta forma, evitam-se conflitos posteriores em situações pontuais. Um exemplo clássico é o namoro de uma pessoa regrada com uma pessoa gastadeira. O resultado é o conflito na hora de montar o orçamento mensal, durante o casamento.
Outros tipos de conflitos evitados quando se adota esta postura são:
- Tentação sexual: Um dos jovens acredita em preservar-se até o casamento, outro não.
- Visão eclesiástica: Um acredita no dízimo, outro só crê em ofertas ou não acredita em nada.
- Visão espiritual: Um é pentecostal, o outro, histórico.
- Visão litúrgica: Um prefere hinos, o outro, cânticos. Como as igrejas tendem a focar em um ou outro, um dos cônjuges fica infeliz.
- Visão religiosa: Um acha que tem que batizar a criança, o outro não.
2. Fase do casamento: Um dos períodos mais tensos, a fase da preparação para o casamento é cheia de armadilhas. Muitos casais brigam por causa das questões que precisam ser decididas para a cerimônia: Fotógrafo, filmagem, salão, quantidade de convidados, lista de convidados, decoração... Isso sem contar moradia, móveis, orçamento mensal... São muitas decisões que precisam ser tomadas em um curto espaço de tempo e que, se não forem bem geridas, podem causar cicatrizes no relacionamento para o resto da vida.
3. Fase pós-casamento: Após um casal decidir unir-se em matrimônio, se as questões anteriores não forem observadas, pode surgir um conflito onde cada membro do casal deseja que o outro mude. A postura radical dos cônjuges pode levar a brigas que dificilmente se resolvem facilmente, pois, agora, os casais não possuem um refúgio seguro para correr (a casa paterna).
Aqui também surge outro problema, bem peculiar à vida conjugal: A decisão a dois. Qualquer tomada de postura por parte do jovem, que antes era independente e só era influenciada pelos conselhos paternos, agora precisa ser tomada em conjunto com o cônjuge. Essa mudança de paradigma não é compreendida por vários casais, ocasionando discussões por conta de posicionamentos adotados por uma das partes sem se considerar os sentimentos da outra.
Alguns exemplos clássicos:
- Compra de algum bem ou produto sem consultar o outro.
- Marcação de presença em algum evento sem consultar o cônjuge.
- Conflito de interesses de realização de alguma atividade (ir à igreja ou ir à praia no domingo de manhã?).
- Escolha de filme, peça, restaurante, viagem, automóvel, roupa, perfume...
Conclusão
A conclusão a que chegamos, ao pensarmos na vida do jovem na fase do casamento, é que a maioria dos problemas que surgem posteriormente ao casamento são oriundos de uma escolha ruim feita anteriormente. Estas confusões podem fazer com que um ou os dois membros do casal se sintam envergonhados de ir à igreja ou questionem a sua fé, não conseguindo entender porque Deus permitiu que eles passassem pelo que passam.
Quando isso acontece, o casal deve parar, sentar, conversar e buscar se entender, adotando como parâmetro de convivência o respeito mútuo (Efésios 5.21, Colossenses 3.18,19). A Bíblia coloca o homem como cabeça funcional da família, mas isso não significa que ele deve tomar todas as decisões e deixar a mulher de lado. Pelo contrário, a Bíblia manda o marido fazer a mulher feliz, por isso deve ouví-la e buscar compreender as suas necessidades. Da mesma forma, a mulher deve compreender as necessidades de seu marido a atendê-las, quando razoáveis.
O parâmetro de todo relacionamento deve ser o amor ao próximo como a si mesmo. Quando este parâmetro é adotado em um matrimônio, as diferenças deixam de ser um fator de conflito e passam a representar uma oportunidade de fazer o outro se sentir mais feliz, amado e compreendido. Atender as necessidades do cônjuge demonstra que você se importa com ele, ouve seus clamores. É um mandamento que, quando adotado como princípio por ambas as partes do casal, reduz em muito as chances de confusões.
Na próxima, falaremos da última fase de crise na vida de um jovem: A paternidade. Até lá.
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